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Publicado em 22/11/2017 as 5:00pm

Brasileiras na Flórida não se preocupam com 'serial killer' à solta: "A gente veio de São Paulo"

O assassinato de quatro pessoas em um mesmo bairro em um intervalo de 40 dias acendeu o sinal...

Brasileiras na Flórida não se preocupam com 'serial killer' à solta: As brasileiras Cecília Rivellino, 36, e Corina Lessa, 35, moradoras de Tampa.

O assassinato de quatro pessoas em um mesmo bairro em um intervalo de 40 dias acendeu o sinal vermelho para os moradores de Tampa, na Flórida (EUA). Enquanto a polícia tenta descobrir a identidade do criminoso e capturá-lo, parte da população se mostra assustada com alertas como 'não sair sozinho à noite', incomuns para a cidade.

Não é o caso de três brasileiras que moram em Tampa e já passaram seus dias com uma sensação de insegurança nas ruas, na época em que moravam no Brasil. O que ocorre hoje na cidade norte-americana não tem praticamente nenhum efeito sobre suas rotinas, dizem.

"Imagina para uma cidade como Tampa, onde ocorreram 29 assassinatos no ano passado, ter quatro mortes, no mesmo bairro, em um mês. As pessoas estão assustadas, mas a gente não. A gente veio de São Paulo, com milhares de assassinatos por ano. Até damos uma 'menosprezada', de certa forma, nessa história do serial killer", conta Cecília Rivellino, 36, que mora em Tampa há quatro anos, comentando a sensação geral de sua família sobre o caso.

Os crimes aconteceram em Seminole Heights, um bairro histórico no centro de Tampa, entre 9 de outubro e 14 de novembro, numa mesma área de cerca de 800 metros. As vítimas foram Benjamin Mitchell, 22, Monica Hoffa, 32, Anthony Naiboa, 20, e Ronald Felton, 60. Todas as vítimas caminhavam sozinhas pela rua no momento do crime e foram mortas com um tiro, sem razão aparente. Nenhuma delas foi roubada.

O suspeito é um homem negro, magro, de cerca de 1,85 m, que conseguiu escapar, sem deixar vestígios, do forte cerco policial que ronda a região desde o início dos assassinatos. Por esse motivo, os investigadores suspeitam que o criminoso seja alguém do próprio bairro.

"Fica essa coisa de não poder sair à noite sozinho, mas ninguém faz muito isso por aqui. É uma cidade onde tudo é distante e precisa ir de carro, como tantas outras nos EUA. Sem contar que Seminole Heights não é um bairro que as pessoas costumam ir, a não ser que morem lá", diz Cecília.

Ela conta que a insegurança que sentia em São Paulo foi o principal motivo de sua mudança para os EUA, decisão essa que mudou sua vida. "Eu tinha medo de parar no semáforo, ficar presa no trânsito na hora do rush. Aqui, vivo em paz. Não tem preço poder sair com o celular na mão sabendo que ninguém vai arrancá-lo", diz a brasileira.

Sensação parecida tem Corina Lessa, 35, sócia de Cecília em um blog com dicas de Tampa direcionada ao público brasileiro e que mora há 15 anos na cidade da Flórida. Ambas trabalham também em uma imobiliária local.

"Olha, eu moro a 30 minutos de Seminole Heights, estou sempre por lá. Meu marido está reformando uma casa que ele comprou que fica a duas quadras do local do último assassinato. Mas não temos medo nenhum. Vemos os policiais na rua, o esforço da comunidade para encontrar o assassino. Temos confiança no governo e na polícia", diz Corina.

"Eu não sei mais o que é ter que levantar o vidro do carro no farol. Há muito tempo não essa sensação de ter que ficar de olho. É muito tranquilo", acrescenta Corina. "Em São Paulo, era história de crime o dia inteiro. A segurança foi um dos motivos que eu vim para cá. Aqui meus filhos brincam na rua com 20 crianças, não há muros, seguranças."

Já a professora de administração Paula Moreno, 39, que está fazendo mestrado pós-graduação na Universidade do Sul da Flórida, admitiu que os crimes a deixaram com um sinal de alerta ligado, lembrando um pouco o que ela sentia quando morava em Belo Horizonte.

"Ontem, por exemplo, fui a última a sair da universidade. Pela primeira vez senti medo de ir até o meu carro, medo que sempre senti na PUC, em função de diversos casos de estupro e sequestro na saída do estacionamento", diz Paula.

Ela, no entanto, afirma estar tranquila e diz que os assassinatos também, não alteraram em nada sua rotina. "Só que ficou uma sensação de precaução, de não andar sozinha à noite, travar as portas do carro, só isso. Reativamos um pouco os cuidados que sempre tivemos no Brasil."

As três concordam em outro ponto: a confiança maior em relação às autoridades que no Brasil. "O policiamento aqui é muito maior. Não tem um dia que eu volto para casa à noite e não vejo dois carros de polícia patrulhando. Existe uma confiança de que eles vão encontrar o assassino", conclui Paula. 

Fonte: UOL

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