Publicado em 7/02/2018 as 4:00pm
Jornalista que morou nove anos nos EUA anuncia pré-candidatura a Presidência do Brasil
Valéria Monteiro, que morou em New York e trabalhou pela Globo, pretende disputar as eleições pelo PMN.
"Sou Valéria Monteiro. Pré-candidata a presidente do Brasil." Com essas palavras, a consagrada ex-jornalista da TV Globo encerra seus vídeos nas redes sociais, onde já discorreu, em tom crítico, contra os atuais líderes nessa disputa, segundo as pesquisas: Bolsonaro e Lula. Ela se filiou ao Partido da Mobilização Nacional (PMN), um partido nanico sem representação no Congresso Nacional e que recebeu uma cota do Fundo Partidário de R$ 4,4 milhões, em 2017.
Seu currículo profissional é um rol de realizações: foi a primeira mulher a apresentar o Jornal Nacional, em 1992, depois de passar pela bancada do Fantástico, para onde voltou em 1993. Esteve na Globo de 1986 a 1993.
Sua beleza sempre chamou a atenção. Foi modelo e atriz – atuou na minissérie global 'Incidente em Antares' (obra do escritor Érico Veríssimo). Valéria já foi capa da Playboy, em janeiro de 1994, publicação que trazia o título: "linda como sempre, sensual como nunca". Também foi capa da prestigiada revista "Imprensa", que tratava do universo do jornalismo. Essa foi em 1990, com a seguinte chamada: “O preço da beleza: é duro ser bonita na imprensa brasileira”, reportagem que citou outras jornalistas nas suas páginas internas.
Valéria Monteiro mal chegou na disputa e parece ter escolhido seu inimigo preferido: Bolsonaro. Num dos vídeos que publicou nas redes, ela critica duramente o opositor e o comparou a Adolf Hitler.
"Bolsonaro, quero falar com você. Você é mentiroso, não respeita as diferenças.
Hitler começou assim. Pegou um povo pobre, descrente, sem autoestima e, através do medo, fez acreditar nas suas mentiras. Você acha engraçado brincar de guerra, apontar a arma para as pessoas. Não vou deixar você fazer isso. Bolsonaro, seus quinze minutos de fama acabaram", disse a pré-candidata em seu vídeo.
Valéria se refere ao adversário como um candidato “perigosamente competitivo”. Uma curiosidade: logo que Bolsonaro anunciou a troca do Patriota pelo PSL, Valéria foi procurada para substituí-lo na antiga legenda. O Patriota foi atrás dela para ocupar a vaga de presidenciável de Bolsonaro. Não aceitou.
“O Patriota veio conversar comigo sobre o espaço vazio deixado pela saída do Bolsonaro. Mas já tinha me comprometido como PMN, onde, aliás, estou bastante feliz. É um partido que já tem alguma tradição e não está envolvido na Lava Jato. Foi amor à primeira vista”, disse ela, que evitou as grandes legendas.
“Lógico que seria mais fácil se eu fosse para um partido que tivesse cinco congressistas e aí teria direito de participar dos debates (uma imposição da lei eleitoral). Mas também não procurei os partidos grandes porque estão em descrédito junto à sociedade.”
A candidata do PMN lamenta a ausência da mulher na política brasileira. Coloca essa deficiência na conta de um país que considera “machista, patrimonialista e paternalista”.
"Gostaria de mudar isso. Vim para mudar isso. O Brasil é um país difícil para mulher, de uma maneira geral. Em qualquer ambiente de trabalho que seja, não só na política".
A postulante ao Palácio do Planalto viveu nove anos em New York. Ela acredita que essa experiência nos Estados Unidos pode ser um diferencial entre ela e seus adversários na corrida presidencial. “Essa vivência nos Estados Unidos foi muito enriquecedora do ponto de vista pessoal e profissional. Entendi por exemplo o que é ser imigrante. Esse é um ponto positivo para mim. Nenhum dos outros candidatos detém essa experiência de ser imigrante. Vivi de perto com eles. Não gostariam (os brasileiros que vivem lá) de ver o Brasil como um país não promissor. Todos querem estar perto de suas famílias”, contou.
Fonte: Redação - Brazilian Times (Gazeta do Povo)