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Publicado em 24/03/2018 as 4:00pm

Brasileira vai ser destaque em museu de NY

O Museu de Arte Moderna de New York (MoMA) abriga, até 3 de junho, a exposição Tarsila do...

Brasileira vai ser destaque em museu de NY Operários é uma das obras da fase social da pintora.

O Museu de Arte Moderna de New York (MoMA) abriga, até 3 de junho, a exposição Tarsila do Amaral: Inventing modern art in Brazil. Trata-se da primeira mostra da artista nos Estados Unidos. Nascida no fim do século 19, filha de proprietários de plantações de café em Capivari (SP), coube a ela inaugurar um dos estilos mais representativos da arte brasileira. Fruto de colaboração entre o Museu de Arte Moderna (MoMA) e o Instituto de Arte de Chicago, a exposição relembra uma frase visionária de Tarsila em 1923: “Eu quero ser a pintora do meu país”.

Com mais de 100 obras oriundas de vários acervos, dentre desenhos de variadas fases, cadernos pessoais, fotografias, documentos históricos e pinturas, a mostra corrobora com as aspirações da artista. É motivo de orgulho que a exposição esteja instalada em uma galeria logo ao lado de onde se encontra o famoso quadro Gold Marilyn Monroe, de Andy Warhol, um verdadeiro ícone americano da cena artística de Nova York no século 20.

O visitante tem a oportunidade de conhecer não só o extenso e complexo trabalho de Tarsila, mas também a biografia da artista, e pode compreender por que seu trabalho foi impactante para o modernismo brasileiro. Com muito esmero, a exposição conta a trajetória de Tarsila desde seus estudos de escultura, piano e pintura até sua mudança para Paris, em 1920, onde estudou na Academia Julian, renomada instituição que serviu como polo para vários talentos internacionais, como Henri Matisse.

Tarsila conviveu com figuras como Fernand Léger e Pablo Picasso, foi iniciada no cubismo (corrente artística de raiz europeia conhecida pelo uso de formas geométricas para retratar a natureza) e, ao regressar para o Brasil, assimilou ideias modernistas. Mais tarde, coube a ela criar um estilo próprio,que teve como marco o Abaporu, inspiração para o Manifesto Antropófago e que também integra a exposição do MoMA.

O processo de “digestão simbólica” ou de um “canibalismo artístico” das influências externas é, aliás, evidenciado pelo Abaporu, que pertence ao acervo do Museu de Arte Latino-Americana de Buenos Aires (Malba). O quadro, de 1928, foi uma homenagem ao seu então marido, o poeta Oswald de Andrade, e retrata uma figura humana alongada e isolada próxima a um cacto e com o sol ao fundo.

Outros trabalhos presentes permitem conhecer o estilo da artista, caracterizado por paisagens vibrantes, sobretudo tropicais, representações humanas simbólicas e traços marcantes com uma frequente preocupação com a geometria e o alinhamento.

A curadoria cuidadosa permite acessar em um só lugar obras pertencentes a diversas coleções do Brasil e do mundo, o que evidencia a importância e abrangência do trabalho da artista. Um notável exemplo é Calmaria II (1929), do acervo artístico-cultural do Palácio do Governo de São Paulo, que retrata um experimento único e demonstra a amplitude da produção de Tarsila. A obra, que consiste em figuras geométricas em uma superfície líquida, alude diretamente ao estado de espírito do título do quadro. A Cuca (1924), pertencente ao Centro de Artes Plásticas de Paris, é uma das inúmeras obras que atesta o uso do folclore brasileiro como inspiração, tema caro à artista.

Está presente também uma série de gravuras, documentos sobre a Semana de Arte Moderna de São Paulo (1922), fotos e um diário de viagem que permite vislumbrar o caráter cosmopolita e ao mesmo tempo conectado às origens do pensamento e da produção de Tarsila.

É curioso presenciar visitantes do MoMA tentando “colar” suas imagens virtualmente por meio do uso de aplicativos aos variados tipos presentes no quadro Operários (1933). Produzida após a crise de 1929, em uma fase de maior engajamento social de Tarsila, a obra é um marco da atemporalidade de uma das grandes artistas do século 20.

Fonte: Redação - Brazilian Times

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