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Publicado em 12/06/2018 as 10:00am

Entenda crises nos países que mais mandam migrantes à Itália

Lista inclui Tunísia, Eritreia, Sudão, Nigéria e Costa do Marfim.

Entenda crises nos países que mais mandam migrantes à Itália Em 2017, a Itália já recebeu mais de 90 mil refugiados.

Desde o início de 2018, 14.330 migrantes forçados entraram na Itália pela rota do Mediterrâneo Central, provenientes sobretudo de países da África.

Em alguns casos, essas pessoas chegam de nações sem histórico recente de repressão, como a Tunísia, mas que enfrentam dificuldades econômicas. Em outros, fogem de nações que, além de pobres, são dominadas por regimes opressivos ou conflitos internos.

Confira abaixo as crises dos cinco países que mais mandam migrantes forçados à Itália, segundo dados do Ministério do Interior:

Tunísia (2.940)

O país que mais enviou deslocados à Itália em 2018 é talvez o mais democrático entre os cinco primeiros no ranking. A Tunísia, um dos berços da Primavera Árabe, fica no extremo-norte da África, a apenas 140 quilômetros da ilha italiana de Lampedusa.

Até 14 de janeiro de 2011, o país era comandado pelo ditador Zine El Abidine Ben Ali, se tornando a única das nações árabes que se revoltaram naquele ano a conseguir estabelecer uma democracia, ainda que frágil.

No entanto, o poder político vem tendo trabalho para colocar de pé um governo eficiente - como mostra a participação de apenas 34% do eleitorado no pleito municipal de maio passado. O Nobel da Paz concedido em 2015 ao Quarteto de Diálogo Nacional da Tunísia foi uma forma de, apesar de tudo, premiar o percurso democrático, ameaçado por dois grandes atentados naquele ano.

Eritreia (2.228)

Ex-colônia italiana, a Eritreia é governada desde sua independência da Etiópia, em 1993, pelo presidente-ditador Isaias Afewerki, que impõe uma severa repressão a opositores e obriga todos os homens a prestarem serviço militar, fruto de um estado permanente de guerra com os etíopes.

Na semana passada, o primeiro-ministro do país vizinho, Abiy Ahmed, aceitou pôr fim à disputa territorial com a Eritreia pela região de Badme, mas Asmara ainda não se pronunciou. Milhares de eritreus fogem todos os anos para escapar de perseguições e até mesmo do serviço militar, muitas vezes comparado à escravidão.

Em 2015, uma comissão das Nações Unidas (ONU) - que nunca pôde visitar o país - constatou a total ausência de um Estado de Direito na Eritreia, com inúmeras denúncias de torturas, estupros e represálias contra seu próprio povo.

O país é o 179º em uma lista de 180 sobre liberdade de imprensa elaborada pela ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF). Apenas a Coreia do Norte perde para a Eritreia, cujo regime se beneficia do descaso da comunidade internacional para seguir no poder.

Sudão (1.066)

Um dos maiores países da África é também palco de uma das mais graves crises humanitárias da atualidade. Seu presidente, Omar al Bashir, está no poder desde 1989 e é acusado de crimes de guerra e genocídio contra as tribos que vivem em Darfur, região desértica alvo de conflitos há mais de uma década.

Estima-se que, desde 2003, os confrontos já deixaram mais de 300 mil mortos e 3 milhões de deslocados. A Anistia Internacional denuncia inclusive o uso de armas químicas por Bashir, além de estupros e "assassinatos em massa".

O presidente já teve a prisão pedida pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) de Haia, por causa da limpeza étnica contra rebeldes em Darfur. Na lista de liberdade de imprensa da RSF, o Sudão é apenas o 174º colocado.

Nigéria (1.052)

País mais populoso da África, a Nigéria luta há anos contra o grupo fundamentalista Boko Haram. Assim como outras nações da região, convive com diferenças geográfico-religiosas: o sul, mais rico, é cristão, enquanto o norte, mais pobre, é majoritariamente muçulmano. É neste contexto que o Boko Haram se expandiu.

Com o objetivo de implantar um regime fundamentalista na parte setentrional do país, o grupo é autor de recorrentes atentados - usando muitas vezes mulheres e crianças kamikazes - e chegou a controlar 70% do estado de Borno, sua principal zona de atuação.

Ainda assim, só ganhou destaque mundial em 2014, quando sequestrou 276 jovens de uma escola no município de Chibok. Nos últimos anos, o Boko Haram vem sofrendo importantes derrotas militares, mas os combates continuam obrigando muitas pessoas a buscarem proteção internacional.

Costa do Marfim (861)

Ex-colônia francesa, a Costa do Marfim possui, a grosso modo, uma população igualmente dividida entre cristãos, muçulmanos e fiéis de crenças tribais. A tensão étnico-religiosa abriu espaço para a atuação de grupos terroristas, como o braço da Al Qaeda no Magreb Islâmico, e de organizações paramilitares.

O país é o único a ter um ex-presidente, Laurent Gbagbo, entregue ao Tribunal Penal Internacional de Haia. Ele é acusado de crimes contra a humanidade entre 2010 e 2011, quando se recusou a aceitar uma derrota eleitoral e teve de ser tirado à força do poder. Sua postura gerou uma guerra que durou cinco meses e matou cerca de 3 mil pessoas.

Fonte: https://www.terra.com.br

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