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Publicado em 20/06/2018 as 12:00pm

Faxineira brasileira sofre ataques racistas após palestra em universidade de NY

A mineira Alline Parreira que foi destaque na mídia norte-americana e comunitária brasileira...

A mineira Alline Parreira que foi destaque na mídia norte-americana e comunitária brasileira devido à palestra que ministrou na City University of New York (CUNY), dia 15 de junho. Ela ministrou uma palestra documental inovadora, mesclando poesia, oralidade e projeções de sua trajetória de Manga (Minas Gerais) até NY.

Aline é uma autodidata, não possui curso superior, é ativista social e se sustenta fazendo faxinas em casas nova-iorquinas, onde vive há dois anos. A palestra de Alline foi bastante inspiradora e motivou muitos dos presentes diante das experiências de vida da mineira que enfrentou todo tipo de obstáculo para conseguir vencer na vida.

Mas infelizmente, após a palestra, tudo que Alline citou em sua história e a força que criou para enfrentar o racismo e preconceito por conta de sua cor não foi suficiente para abrir os olhos de algumas pessoas.

A mineira foi alvo de vários ataques racistas na internet. Ela ficou triste e ao mesmo tempo indignada com a situação. Em uma nota de repúdio, ela manifestou o seu protesto em relação a estas agressões que aconteceram quando foi divulgado o evento em que ela palestrou.

O mais triste nesta história é que quem a desferiu os ataques racistas foram brasileiros, que ao invés de celebrar a conquista da compatriota, preferem mostrar o lado mais desumano de uma pessoa.

Em sua nota, Alline ainda diz: “O racismo é causa de violência, exclusão, discriminação, além do extermínio da juventude negra. As mulheres negras sofrem duplamente o preconceito causador do ódio da burguesia contra as que ocupam posições de ativista, como é o meu caso”.

Em uma conversa exclusiva com a redação do Brazilian Times, Alline acrescentou: “Tenho claro que a principal ferramenta para superar o racismo é a partir do empoderamento que ocorre a partir da resistência negra, reconhecimento de suas histórias, memórias, raízes e identidade. O meu cabelo não é balaio, ele é minha identidade, minha ancestralidade, ele cresce para cima porque tem raízes e ele vai crescer para onde ele quiser”.

Alline acrescenta ainda que “um dos motivos que possibilitam o racismo é o desconhecimento da história. É a falta de conhecimento da história africana que ajuda preconceituosos a disseminar ódio. Existem muitos motivos, mas não saber que a população negra inventou por exemplo o Farol/Semáforo que ele, racista, utiliza mostra que o preconceito nasce de maldade e ignorância da cultura do outro”.
A seguir leia alguns dos comentários feitos em um grupo chamado “Brasileiros em New York”:

Joe Moray: “Vai varrer o chão e criar piolhos naquele balaio que ela tem na cabeça”.

Joe Moray: “Quando chega alguém com o balaio desse na cabeça as pessoas não contratam”.

Jonas Pietro: “Com cara de jumenta...”

Estes foram alguns dos ataques que Alline teve conhecimento, mas ela acredita que existam outros.

Fonte: Redação - Brazilian Times

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