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Publicado em 13/05/2019 as 12:00pm

Segunda-Dama da Pensilvânia, brasileira pede proteção para jovens imigrantes

"O sonho americano é real, e eu deveria saber porque estou vivendo isso. Infelizmente, para...

Segunda-Dama da Pensilvânia, brasileira pede proteção para jovens imigrantes Gisele ao lado do marido, John Fetterman, vice-governador da Pensilvania.

"O sonho americano é real, e eu deveria saber porque estou vivendo isso. Infelizmente, para milhões de pessoas, esse sonho foi adiado por causa da incerteza em torno do programa DACA (Deferred Action for Childhood Arrivals)". Com esta afirmação, a brasileira Gisele Barreto Fetterman, que de imigrante indocumentada se tornou a Segunda-Dama do estado da Pensilvânia, defendeu mais ação da classe política.

Ela acrescentou que os legisladores em Washington devem agir rapidamente para aprovar a Resolução 6, Dream and Promise Act, para garantir que os "Dreamers" tenham a oportunidade que merecem.

Os "Dreamers" são imigrantes que foram trazidos para os Estados Unidos pelos pais quando eram crianças. Na Pensilvânia, estima-se que existam 24.000 jovens imigrantes. A idade média deles ao chegar nos EUA é de 9 anos e, em média, eles estão neste país há 18 anos.

"Os Dreamers cresceram aqui. Eles foram educados em nossas escolas. Eles trabalham duro, pagam impostos e merecem a oportunidade de sair das sombras e viver suas vidas sem constantemente olhar por cima dos ombros", disse ela.

A brasileira destaca que os "Dreamers" atuam como assistentes de enfermagem certificados que cuidam dos familiares dos cidadãos norte-americanos em hospitais e lares de idosos. "Eles cuidam de seus filhos e muitos até se juntaram aos militares para servir este país", continuou.

Gisele explica que sabe bem como é o estresse de viver e construir uma vida nos Estados Unidos sem status legal. "Quando eu tinha 7 anos, minha mãe, que tinha um diploma de curso superior e uma carreira cobiçada, trouxe meu irmão e eu a este país para escapar da violência do Rio de Janeiro, onde nasci. Nós não tínhamos nada e não conhecíamos ninguém, mas minha mãe sabia que a América era a melhor chance possível de uma vida melhor, então nós demos um salto de fé", fala.

A brasileira afirma que sempre será grata pela coragem que sua mãe mostrou não apenas em trazer ela e o irmão aos EUA, mas em prover o sustento depois que chegaram. "A falta de status legal significava que ela era forçada a aceitar empregos de baixa remuneração, fazendo coisas como limpar casas e verificar casacos em boates", fala ressaltando que "estar em situação irregular significava que a mãe, por medo, não podia recorrer às autoridades, e os empregadores aproveitavam-se disso".

Gisele diz que o medo de ser descoberto e deportado está sempre presente quando o imigrante não está documentado. Todos os dias antes de eu ir para a escola, sua mãe dizia a mesma coisa: “Eu amo você. Tenha um ótimo dia. Seja invisível".

Ter que permanecer nas sombras significava que a família não tinha acesso a benefícios como seguro de saúde. "Quando eu tinha 8 anos, quebrei meu nariz jogando kickball no playground. Como não tínhamos seguro, não fui ao médico. Eu queria juntar-me a equipe e praticar esportes com meus amigos, mas o risco de ferimentos era grande demais. Eu tive que permanecer invisível", continua.

Hoje, ela se diz agradecida por ter tido a oportunidade de crescer nos Estados Unidos e que ainda choro toda vez que ouve o hino nacional. "Eu fico super empolgada para votar, mas o momento em que eu realmente me senti verdadeiramente como uma americana foi a primeira vez que fui chamada para o cargo de júri. Esse foi o sinal de que eu verdadeiramente pertencia, e que eu poderia sair das sombras e ser totalmente abraçada pela minha nova casa", fala.

Ela reafirma que os milhões de "Dreamers" que estão atualmente nos EUA merecem a mesma oportunidade de se sentirem abraçados pelo país que amam e chamam de lar. "Eles devem sair das sombras e devemos agir agora para proteger seus sonhos americanos, aprovando o Dream and Promise Act", finaliza.

Fonte: Redação Braziliantimes

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