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Publicado em 29/07/2019 as 4:00pm

Número de brasileiros mortos na fronteira é maior que os oficiais

Nos últimos meses, várias histórias de imigrantes que morreram ao tentar entrar nos Estados...

Número de brasileiros mortos na fronteira é maior que os oficiais Oficiais alertam para o perigo de atravessar por regiões mexicanas dominadas pelo tráfico.

Nos últimos meses, várias histórias de imigrantes que morreram ao tentar entrar nos Estados Unidos através da fronteira com o México levantou um sinal de alerta nas autoridades. A grande maioria das mortes era de pessoas de países latinos como a Guatemala, El Salvador e até mesmo o México. Mas entre eles, também estavam brasileiros.

Uma reportagem feita pela BBC News Brasil relata algumas histórias e como aconteceram as mortes. Uma das fontes usadas na matéria foi Weverton Tiago Silva Prado, sócio em uma empresa sediada em Massachusetts que cuida de serviços de traslados funerários. Durante a entrevista, o empresário disse que ainda se emociona ao lembrar-se de casos que atendeu ao longo do tempo, principalmente daqueles que morreram ao tentar atravessar a fronteira.

De acordo com dados oficiais, no ano de 2018 foram registradas 283 mortes de pessoas oriundas de diversos países. Todas aconteceram durante a travessia na fronteira. Uma das mais recentes, e também divulgada, pelo Brazilian Times foi a de uma brasileirinha que desapareceu nas águas do Rio Grande, após soltar da mão de sua mãe. O corpo não foi encontrado até hoje.

Em relação aos números de brasileiros que morreram ou desapareceram ao tentar fazer a travessia, o Itamaraty afirma que os dados não representam o que realmente acontece. De acordo com o órgão, é possível que haja incidentes que não tenham sido comunicados, por isso a quantidade deve ser maior.

Nos últimos cinco anos, há registro de apenas três casos de desaparecimento e dois falecimentos confirmados de brasileiros na tentativa de travessia da fronteira terrestre entre o México e os Estados Unidos. Houve, ainda, o desaparecimento de um grupo de 19 pessoas em travessia pelo mar, em 2016. Mas esse número, diz o governo, é apenas indicativo, pois o registro é resultado de informações enviadas voluntariamente por autoridades estrangeiras ou por familiares e amigos dos brasileiros.

Especialistas e a própria realidade atual mostram que a travessia mudou muito do que era há alguns anos. Anteriormente, não havia tantos perigos, mas após os atentados às Torres Gêmeas isso mudou. O governo norte-americano reformou a segurança e o aumento do tráfico de drogas fez com que os perigos e desafios crescessem também.

Desta forma, os “coiotes” são obrigados a buscar outros caminhos para driblar a segurança na fronteira e fugir dos traficantes de drogas. Surgem, então, rotas alternativas, que coloca em risco a vida de quem vai atravessar.

Tiago compara a travessia como “entrar, desavisado, em uma favela do Rio de janeiro”. Durante ela afirmação, ele ressalta que já ficou impossibilitado de retirar um corpo que estava em uma área mexicana dominada pelo tráfico. “Foi o caso de Wesley, um brasileiro que morreu na fronteira há cinco anos”, fala ressaltando que o corpo foi achado no Rio Grande, do lado mexicano e só foi enviado ao Brasil semanas depois.

Tiago afirma que a causa de sua morte até hoje não foi esclarecida, mas os parentes suspeitam que ele tenha sido assassinado pelos coiotes. Isso porque se o imigrante criar algum atrito como eles, como se recusar a carregar drogas, ele é tido como uma ameaça e pode ser assassinado.

Outra história relatada na reportagem é sobre um brasileiro que passou mal no deserto, já do lado americano, e foi deixado para trás para morrer. O corpo foi achado no dia seguinte por oficiais de fronteira dos Estados Unidos.

Assim como estas, outras mortes foram registradas e algumas nem chegaram ao conhecimento das autoridades.  O Itamaraty afirma que o número de brasileiros mortos na fronteira é maior do que o que indicam os dados oficiais.

As mortes na fronteira são especialmente penosas porque com frequência a família fica sem respostas. "Fazemos a identificação por uma aliança ou uma tatuagem, mas a causa da morte fica faltando", lamenta.

A empresa de Tiago, a Padref, tem como objetivo cuidar das questões burocráticas e o envio do corpo ao Brasil. Ela cobra entre US$5,5000 a US$10,000 pelo serviço.

Fonte: Redação Braziliantimes

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