Brasileiro que ajudou ICE em caso de traficantes de pessoas continua a lutar contra deportação em NH

Um tribunal federal de apelações recusou-se a atuar no caso de um brasileiro que enfrenta deportação em New Hampshire e afirmou que os Estados Unidos não estão honrando um acordo que lhe permita permanecer no país.

Um painel de três juízes do 1º Circuito do Tribunal de Apelações em Boston analisou o caso de Renato Filippi, que reside em Nashua.

Em seu julgamento na sexta-feira, dia 02, o painel concordou com uma decisão de 2017 de um juiz federal em New Hampshire de que o tribunal não tinha jurisdição sobre seu caso.

O Conselho de Recursos de Imigração negou o pedido de Filippi em 2015. O brasileiro disse que entrou nos Estados Unidos, pelo México, em 2002 com a ajuda de contrabandistas. Ele foi preso, mas disse que as autoridades norte-americanas o recrutaram para servir como informante confidencial em um caso sobre os traficantes que o ajudaram em sua travessia pela fronteira.

De acordo com o brasileiro, as autoridades lhe prometeram que poderia ficar nos EUA permanentemente. Ele afirmou, ainda, que enfrenta ameaças de morte no Brasil e teme voltar.

Filippi testemunhou que trabalhou em um centro de detenção no Texas por quase um ano. Mais tarde, ele foi transferido para New Hampshire e foi obrigado a se apresentar periodicamente aos agentes do Departamento de Imigração e Alfândega (ICE, sigla em inglês).

O brasileiro conseguiu um cartão do Seguro Social (Social Security) e uma carteira de motorista e encontrou um trabalho. Depois ele levou sua esposa e filha para New Hampshire.

Durante uma consulta de rotina com autoridades de imigração, em setembro de 2018, ele foi informado que precisava sair do país.

Neste período, o seu advogado, Robert McDaniel, disse que vai continuar a lutar para que o brasileiro não seja deportado. “As autoridades federais não estão honrando o acordo de quase 15 anos que lhe permite ficar neste país”, concluiu.

Fonte: Redação Braziliantimes