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Publicado em 12/08/2019 as 10:00am

Liberado pelo ICE em Brockton, brasileiro aguarda decisão sobre deportação

No sistema de justiça criminal, o governo deve provar a um juiz porque um detento apresenta um...

Liberado pelo ICE em Brockton, brasileiro aguarda decisão sobre deportação Brasileiro chora de emoção.

No sistema de justiça criminal, o governo deve provar a um juiz porque um detento apresenta um risco de fuga ou um perigo para a comunidade. No tribunal de imigração, isso não é aplicado para os imigrantes. A ACLU de Massachusetts disse que isso é inconstitucional e por isso abriu um processo contra esta atitude.

Sentados na cozinha de seu apartamento em Brockton, ao sul de Boston, os três filhos pequenos de Gilberto Pereira Brito o escalam como se ele fosse um trepa-trepa humano. Talyah Pereira Brito, de quatro anos de idade, ainda lembra o último “4 de Julho”, dos fogos de artifício que subiam e espalhavam cores no céu. O seus olhos brilham quando ela fala deste momento.

Mas sua irmã, Tatyana, de 10 anos, lembra-se de um momento diferente, alguns meses antes, quando oficiais da imigração federal prenderam seu pai. "Foi difícil porque Talia sempre chorava e dizia que sentia falta dele. Nós falávamos que meu pai está trabalhando porque não queríamos que ela ficasse triste com o que realmente tinha acontecido", disse.

Gilberto Pereira Brito é brasileiro e tem 39 anos de idade. Ele atravessou a fronteira entre os Estados Unidos e o México ilegalmente em 2005. Agora ele é casado com Darcy, uma cidadã norte-americana, e está solicitando um Green Card, mas agentes federais de imigração o prenderam inesperadamente em sua casa, no mês de março.

"Estou em um processo de legalização com eles e fazia tudo que pediam a mim e a meu advogado. Realmente não esperava que eles viriam à minha casa para me buscarem", disse.

Gilberto Braga ao lado das filhas.

Gilberto foi acusado, em 2007, de dirigir um carro sem carteira de motorista e sob a influência de álcool. Essas acusações foram finalmente arquivadas e os funcionários do Departamento de Imigração não tentaram mais deportá-lo. Mas quando o presidente Trump assumiu o cargo a história mudou.

Após sua prisão, em março, um juiz de imigração pediu a Gilberto para provar porque ele não é um perigo para a comunidade, nem um risco de fuga. O brasileiro apresentou as certidões de nascimento de seus filhos, documentos para provar que ele morava em Brockton por anos e os registros médicos de sua esposa para mostrar porque sua família depende de sua renda como pintor e carpinteiro. Tudo isso em um esforço para provar seus laços neste país.

Mas não foi o suficiente. Ele foi detido sem direito a fiança.

Dan McFadden, um advogado da ACLU de Massachusetts, disse que o governo não deveria tirar as pessoas de suas famílias, de suas casas, e colocá-las em cadeia a menos que pudesse mostrar que há uma razão muito boa para isso ser necessário.

McFadden recentemente entrou com uma ação federal em nome de Gilberto e centenas de outros detidos em Massachusetts. "Ele afirma que o detido não tem que provar que é um perigo e sim o governo precisa provar que está certo em manter presa uma pessoa que não oferece risco para a sociedade.

Depois que a ACLU entrou com o processo, o ICE decidiu liberar o brasileiro. Isso foi algumas semanas antes do feriado de 4 de julho. Agora ele está em casa, mas usa um monitor de GPS no tornozelo enquanto seu caso de imigração se desenrola.

Fonte: Redação Braziliantimes

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