O Círculo Perfeito de Giotto

O pintor Italiano, Giotto (1267-1337), é considerado pioneiro da arte renascentista, criando com estilo próprio as primeiras imagens tridimensionais em superfícies planas, ou seja, com perspectiva, utilizando cores e personagens inspirados nos homens e na natureza da Toscana. Pintou a humanidade na vida de São Francisco de Assis. Amigo de Boccaccio, Dante e Petrarca, o humanismo e autenticidade de Giotto eram revelados em sua arte, por onde ele transmitia o que sentia, expressando dor, sofrimento e alegria com uma vitalidade impressionante.

Giotto pintou belíssimos afrescos (pinturas na parede ou teto) deixando-os como fruto de seu talento para a posteridade. A história da fama de Giotto começa quando o Papa Bonifácio VIII demonstrou a intenção de decorar a sacristia da Basílica de São Pedro em Roma. Para isso, designou emissários para que procurassem, em toda a Itália, aqueles homens conhecidos como os maiores pintores, e estes deveriam ir a Roma para encontrar Sua Santidade.

Um dos homens citados era Giotto, um artista “camponês, rústico, alegre e extravagante da Toscana, que dividia seu tempo entre o arado, as ovelhas e o pincel”, pintando aquilo que observava. Ao chegar na humilde cabana do camponês, o emissário de Roma repete a fala já decorada: “Sua Santidade, o Papa, deseja examinar seu trabalho, mestre Giotto. Deixe-me ver alguns dos seus quadros; assim decidiremos se podemos aproveitá-lo”.

Giotto sorriu e sem pensar muito mergulhou um pincel em um pote de tinta vermelha e, com um só traço, fez um enorme círculo perfeito em um pedaço de papel, que encontrou sobre sua mesa. Então o entregou ao emissário de Sua Santidade, que não ficou nem um pouco feliz com tamanho descaso, considerando o ato de Giotto um verdadeiro absurdo, que seria encarado como um imenso desrespeito a Sua Santidade. Como levaria ao Papa um grande círculo vermelho em um pedaço de papel? Era muita pretensão de um simples camponês.

No entanto, ao receber o trabalho, o Papa logo se mostrou muito interessado pelo círculo desenhado por Giotto e, imediatamente, perguntou como o pintor o tinha feito: “de uma só vez ou havia utilizado o compasso?” “Não, Santidade, foi com uma só pincelada que ele fez o círculo”, respondeu o emissário. O Papa respondeu resoluto: “traga o homem, pois ele há de servir para o ofício”.

Desde então, Giotto, foi comissionado pelo Papa a pintar imagens contando a história da vida de Jesus Cristo na Basílica de São Pedro em Roma e, posteriormente, na Basílica de São Francisco de Assis na região da Úmbria, na Catedral “Duomo“ de Florença, entre outras. Os santos foram pintados com a aparência de seres humanos comuns utilizando técnicas de luz e sombra nos afrescos introduzindo movimento em suas obras – as figuras pareciam vivas.

Quanto a mim, tive o privilégio de admirar várias obras de Giotto na Itália. Como descendente direto do pintor, sempre fui interessado na vida e na obra dele, impressionado como um simples desenho, o círculo de Giotto, abriu a porta para que ele se tornasse um dos mais conhecidos artistas do Renascimento. Fiquei tão emocionado com essa história que destaquei o círculo O em meu próprio logo profissional. Na palavra Giotto, o primeiro O parece feito por uma pincelada de tinta vermelha no sentido horário, como na figura ao lado. Só espero que, como Giotto, os seus e os meus pequenos talentos possam, um dia, ser usados por Deus para abençoar muitas pessoas no mundo. E quanto a você? Qual é o seu círculo “O” perfeito? Mande a sua resposta para marcus@giottocopywriting.com

Fonte: Marcus Giotto.