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Publicado em 9/10/2019 as 8:00pm

Dinheiro sujo da Telexfree bancou show de Paul McCartney no ES, afirma jornal

Documentos públicos e depoimentos revelam suspeita de esquema para lavar milhões de golpe financeiro que deu prejuízo bilionário a investidores em diversos países.

Dinheiro sujo da Telexfree bancou show de Paul McCartney no ES, afirma jornal Carlos Wanzeler e Carlos Costa, donos da Telexfree.

O jornal A Gazeta do Espírito Santo iniciou uma série de matérias que vai abordar assuntos relacionados à TelexFree e o envolvimento dos seus ex-diretores. A primeira a ser publicada falou sobre o show do cantor Paul McCartney, que teria sido bancado com dinheiro “sujo”. O Brazilian Times recebeu autorização para publicar parte do material.

Acompanhe abaixo, a reportagem que afirma que o show foi bancado por Carlos Costa e Carlos Wanzeler. Este último é considerado foragido da justiça nos Estados Unidos.

“Oi, Vitória. Boa noite, capixabas”. A inesquecível saudação de Paul McCartney na noite de 10 de novembro de 2014 materializava algo até então surreal. Um dos maiores artistas da história, um ex-Beatle, apresentaria clássicos no inacabado Estádio Kleber Andrade, em Cariacica.

Mas tão surpreendente quanto o espetáculo foi quem financiou a festa. Nem o astro nem os mais de 30 mil espectadores sabiam que o cachê milionário do artista foi pago com o dinheiro sujo da Telexfree, a maior pirâmide financeira do mundo.

Por trás do evento histórico há indícios de uma trama, coordenada pelos chefões do golpe bilionário, para lavar dinheiro acumulado às custas de vítimas em mais de 100 países e mantido em contas de laranjas. As informações são apuradas por A Gazeta desde 2014 e recentemente ganharam consistência suficiente para serem publicadas.

As descobertas são baseadas em documentos públicos e em entrevistas que comprovam a ligação com o show. Também existem investigações sigilosas no Ministério Público Federal (MPF), que disse não comentar apurações em andamento.

OS CHEFÕES DO GOLPE

Carlos Costa e Carlos Wanzeler, idealizadores da pirâmide gestada em Vitória, foram os responsáveis por viabilizar a turnê Out There! no Espírito Santo. A participação de ambos como financiadores foi confirmada pelo produtor local do evento Flávio Salles. “Eu precisava de investidor para shows com valores expressivos, e procurei por eles”, afirmou o empresário.

A relação de Salles com os donos da Telexfree começou em 2012 quando eles alugaram um espaço, em Vitória, onde o empresário do ramo de eventos era diretor. No local, a organização fez uma festa para o seu séquito de divulgadores, como os clientes do esquema eram chamados.

Foi por causa dessa aproximação comercial que Salles convidou Wanzeler e Costa para investirem em shows. Só que o interesse dos líderes da pirâmide esbarrava em um problema. A Justiça paralisou as atividades da Telexfree, bloqueando suas contas e dos sócios antes de julho de 2014, quando começaram as negociações para a vinda de Paul.

Portanto, Costa e Wanzeler não poderiam investir no show por razões concretas. Eles ficaram ricos com o golpe, mas quando o ex-Beatle chegou em Vitória, os dois já eram suspeitos de crimes financeiros e não podiam movimentar a fortuna que acumularam.

O cachê de Paul foi pago por Renato Alves, um dos principais líderes da Telexfree. A informação é do advogado Rafael Lima, que representa Alves, Wanzeler e Costa. “Ele quis fazer um investimento particular”, diz, ao negar irregularidades, como lavagem de dinheiro. Ocorre que, segundo o produtor Flávio Salles, as tratativas do show foram feitas com os donos da Telexfree na residência de Costa, na Praia da Costa, em Vila Velha.

Salles diz desconhecer quem pagou o ex-Beatle. “Eu passei a conta para eles (Wanzeler e Costa). No meu entendimento, o dinheiro tinha saído da conta deles”, explica Salles sobre o cachê do artista, acrescentando que os demais custos do show foram cobertos pela receita da venda dos ingressos.

Foram pagos aproximadamente R$ 8 milhões somente de cachê. Ao todo, estima-se que ao menos R$ 15 milhões tenham sido empregados para concretizar a festa. Os números oficiais não são divulgados.

Fonte: Redação - Brazilian Times.

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