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Publicado em 11/10/2019 as 10:00am

Casal brasileiro é acusado de “alugar” filhos para esquema cai-cai

Poster divulgado pelo Grupo Mulher Brasileira. A história do brasileirinho de apenas...

Poster divulgado pelo Grupo Mulher Brasileira
Poster divulgado pelo Grupo Mulher Brasileira.

A história do brasileirinho de apenas quatro anos que supostamente foi abandonado na fronteira ainda está gerando bastante polêmica na comunidade brasileira nos Estados Unidos. O menino identificado por Kalvyn Klayn Alessandro Costa Silva está em um abrigo na cidade de Chicago, em Illinois.

Após uma forte campanha nas redes sociais, os verdadeiros pais do menino foram encontrados e residem na Pensilvânia. Mas o que mais chocou a comunidade e gerou uma grande revolta foi que a criança atravessou a fronteira, acompanhado por dois adultos que não são seus pais.

Após a notícia se tornar público, dezenas de pessoas enviaram mensagens e denúncias de que os verdadeiros pais, Jussara Maria da Silva e Regiano Assis Costa, “venderam” o menino para que o casal pudesse atravessar a fronteira e “entrasse no esquema do cai-cai”. Desta forma, os adultos se entregam para agentes do Departamento de Patrulha de Fronteira (CBP, sigla em inglês) e por estarem com uma criança, fica mais complicada a deportação imediata.

O repórter Thathaynno Desa conseguiu conversar com o casal, o qual se mostrou bastante revoltado com as acusações e tentou explicar o que realmente aconteceu. Segundo Jussara, eles não “venderam o filho” e sim “deram” ao casal para adoção. Ela explicou que não tinha condições de cuidar dele e que os dois “falsos pais”, identificados por Rodrigo e Simone, estavam cuidando muito bem do garoto.

Ficou comum adultos usarem crianças para entrar nos Estados Unidos pela fronteira
Ficou comum adultos usarem crianças para entrar nos Estados Unidos pela fronteira.

“Meu marido estava desempregado e este casal sempre nos ajudou. O meu menino era muito apegado a eles. Quando eu falei que nós viríamos para os Estados Unidos para trabalhar e comprar uma casa para nossa família, o casal se propôs a cuidar dele. Foi então que resolvi doar, mas fui ao cartório de Divinolândia e passei a guarda legal para os dois”, afirma.

De acordo com ela, esta “suposta adoção” feita no cartório aconteceu já cerca de seis meses. Mas de acordo com a advogada Tânia da Silva Pereira, especialista em direito de infância, juventude, família e idoso, “uma criança só pode ser entregue para adoção através do Conselho Tutelar. Abandonar na porta da igreja, entregar para um casal de amigos (como foi o caso de Jussara e Regiano) ou deixar em um abrigo é crime e os pais podem ser indiciados”.

Ela acrescenta que apenas o Conselho Tutelar tem o poder de avaliar a situação e determinar o que deve ser feito com a criança. “O Conselho Tutelar, depois de ouvir a mãe, decide o futuro do pequeno. Depois de entregar a criança à adoção, os pais biológicos não tem mais nenhum direito sobre ela, e também não podem se arrepender ou exigi-la de volta”, afirma.

Em nenhum momento da entrevista dada ao repórter Thathyanno, Jussara mencionou que procurou o Conselho Tutelar.

Muitas crianças detidas na fronteira são enviadas para abrigos em Chicago
Muitas crianças detidas na fronteira são enviadas para abrigos em Chicago.

“NÃO RECEBEMOS DINHEIRO”

O casal afirma que não receberam nenhum dinheiro para liberar o filho a atravessar a fronteira através do sistema “cai-cai”. Mas Jussara afirmou que os três primeiros filhos entraram no país com três pessoas diferentes, e cada um pagou a passagem e gastos com a travessia de cada criança.

Ela não explicou se os valores gastos serão reembolsados, pois muitos internautas acharam estranho que três adultos se dispusessem a pagar todos os custos sem receber nada em troca.

Da mesma forma aconteceu com o Kalvyn, que entrou nos EUA acompanhados de Rodrigo e Simone. “Eles não nos pagaram nada por isso”, alega Jussara que afirma que o casal apenas custeou a viagem do filho, sem querer nada em troca.

COMO ARRUMARAM DINHEIRO?

O casalo citou durante toda a reportagem que vivia em situação precária no Brasil e que os filhos passavam necessidades. Jussara e Regiano alegaram que não tinha dinheiro e que Rodrigo e Simone é quem comprava fraldas e leite para o Kalvyn. Mas eles não explicaram como conseguiram dinheiro para fazer a travessia, que normalmente custa mais de US$10 mil, ou seja aproximadamente R$ 40 mil reais.

Eles também não tinham imóveis, então não tinham nada para deixar penhorado com os “coiotes” até quitar a dívida. O caso está sendo investigado.

PROCESSAR QUEM AJUDOU A ENCONTRAR OS PAIS

O casal também disse que ficou indignado com o Consulado e a pessoas que publicaram a foto do filho nas redes sociais. Uma igreja do Texas pediu ajuda da comunidade brasileira para encontrar os pais da criança e foi isso que foi feito. Mas Jussara e Regiano alegam que “isso não está certo e que vai processar quem fez isso e também quem os acusam de ter vendido o filho para um esquema cai-cai”.

Fonte: Redação - Brazilian Times.

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