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Publicado em 16/10/2019 as 4:30pm

Sem trabalho, mãe expõe drama de imigrantes nos EUA

A hondurenha Irma Rivera, de 33 anos, chegou aos Estados Unidos em maio de 2018 depois de...

A hondurenha Irma Rivera, de 33 anos, chegou aos Estados Unidos em maio de 2018 depois de caminhar milhares de quilômetros ao longo da Guatemala e do México. Ao pisar em território americano, pediu asilo para si mesma e os dois filhos pequenos em um porto de entrada perto de San Diego, na Califórnia.

O trio passou três semanas em um centro de detenção até convencer um oficial da imigração de que tinham um "medo crível" de voltar ao seu país de origem. Eles foram libertados e aguardam as audiências que devem decidir seu futuro — um processo que pode levar anos.

Nos 12 meses que se seguiram, Irma e os filhos Jesus — de cinco anos — e Suany — de oito — moraram na casa de conhecidos nos Estados Unidos com medo de serem colocados para fora. Há alguns meses, entretanto, a hondurenha recebeu a irmã recém-chegada e as duas passaram a alugar, juntas, um pequeno apartamento.

“Não temos muito, mas estamos felizes”, diz Irma. No novo lar, a hondurenha e os dois filhos dividem um colchão com sua sobrinha adolescente. À agência Reuters, ela conta que, toda noite, ora para que o marido — assassinado em Honduras — esteja em um “bom lugar”. Ora também para que tenha forças diante da vida no novo país e pelos familiares que deixou para trás.

Ainda que se considere satisfeita nos Estados Unidos, Irma confessa sentir muita falta de Honduras e desata a chorar quando lista os amigos e parentes de quem tem saudades. “Mas por causa do que aconteceu, não posso voltar”, explica. Os processos de imigração a que Reuters teve acesso informam que o marido da hondurenha, um fazendeiro, foi executado por empregados por ameaçar denunciá-los após ter frutos valiosos roubados de sua propriedade.

A região hondurenha de Bajo Aguan, onde a família morava, tem sido tomada por violentos conflitos resultantes de disputas por terras. A área foi sinalizada pela organização Human Rights Watch como um epicentro de assassinatos marcados pela impunidade .

Depois da morte do esposo, Irma aponta que seu mundo desmoronou. O grupo que assassinou o marido nunca foi pego pela polícia e passou a ameaçar o restante da família. A hondurenha se viu forçada a vender a própria casa e fugir com as crianças. Desde então, tem notícias de que a situação de violência se tornou ainda pior na região onde morava.

Ao chegar aos Estados Unidos, Irma tinha expectativas de que trabalharia, mandaria as crianças para a escola e se estabeleceria na nova casa. A realidade, contudo, se mostrou mais difícil: ela não pode ainda trabalhar legalmente e depende da generosidade de família e amigos para pagar aluguel e honorários de advogados. Além disso, não fala inglês.

Em agosto, a hondurenha assistiu com apreensão à notícia de que um supremacista branco abriu fogo contra imigrantes e latinos em um supermercado na cidade de El Paso, no Texas. “Isso é racismo”, constatou — algo que ela diz não ter ainda sofrido nos Estados Unidos.

Ao chegar nos Estados Unidos, Irma tinha expectativas de que trabalharia, mandaria as crianças para a escola e se estabeleceria na nova casa

Fonte: Redação - Brazilian Times.

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