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Publicado em 8/10/2019 as 8:30am

Quatro brasileiras disputam cargos eletivos em Massachusetts

"A participação política é importante e tem característica coletiva. Nós precisamos ocupar...

"A participação política é importante e tem característica coletiva. Nós precisamos ocupar nossos espaços, usar nossa voz. A mulher brasileira está liderando este processo". Esta é a conclusão da mesa redonda que o Grupo Mulher Brasileira promoveu no dia 14 com as quatro mulheres brasileiras que concorrem a cargos eletivos no estado de Massachusetts. Regina Bertholdo, co-fundadora do GMB e presidente da Diretoria do Grupo, mediou o bate-papo.

Margareth Shepard

Margareth Shepard é candidata à reeleição pelo distrito 7 em Framingham, onde Priscila Souza corre para uma vaga no Comitê Escolar. Rita Mendes, em Brockton, e Stephanie Martins, em Everett, concorrem à Câmara Municipal de suas respectivas cidades. Dois homens, Marcony Almeida, para o Comitê Escolar em Everett, e Carlos Silva, para Comissário do município de Hingham, também estarão nas cédulas eleitorais no dia 5 novembro. Durante 75 minutos, estas quatro mulheres falaram dos seus planos caso sejam eleitas e porque decidiram enveredar na política: “Revolta, o histórico de tudo que vi e vivi e o exercício da democracia”, são algumas das razões.

Aqui estão algumas das opiniões apresentadas durante a mesa redonda. Todas citaram como problema questões financeiras, pois estes cargos não pagam salário, mas apenas uma ajuda de custo, e da oposição e até discriminação que sofrem pois embora suas cidades sejam diversas, a maioria dos postos são ocupados por homens brancos. Stephanie, por exemplo, falou que o maior problema para ela é exatamente a representação, uma voz que conecte a cidade como um todo. Em Brockton tem muitos angolanos, haitianos, cabo-verdianos. “Uma brasileira é realmente um marco. A mulher brasileira vai despertar os brasileiros”. Em Framingham, moradia é o problema. Quem quer sair de uma casa grande, não tem apartamento para comprar, só para alugar. A segurança dos imigrantes é outro ponto, principalmente para quem não tem documento. Framingham não é cidade santuário, nem welcome city. “Eu apresentei uma proposta mas ainda não foi aprovada”, disse Margareth.

Priscila Souza

Na área da educação, Priscila citou a neurodiversidade, crianças que aprendem de forma diferente. “Temos de nos educar sobre saúde emocional e mental. Crianças sentem depressão, tentam suicídio, fogem de casa, porque não têm apoio em casa, a família não está equipada para ajudá-las”. Para Margareth, o brasileiro é empreendedor. Em Framingham, lembrou ela, eles resgataram o centro da cidade. "A comunidade trabalha em está todas as áreas e agora estamos tentando ter mais acesso a empregos e a cargos públicos", disse. Ela destacou que a prefeita fez pesquisa e descobriu que na prefeitura os brasileiros só ocupam cargos na área de manutenção.

Rita Mendes
Rita Mendes

Rita disse que em Brockton os brasileiros ainda não são um número expressivo, não estão na política, a mídia retrata a cidade como violenta e a imagem é negativa. "A cidade tem muito a oferecer, escolas e programas ótimos mas os brasileiros ainda não viram isso. Eu gostaria de trazer os brasileiros nesta jornada comigo", disse. Na prefeitura desta cidade já tem muitos cabo-verdianos e haitianos trabalhando. “Everett tem 50 mil habitantes e 20 mil eleitores, mas só 3 ou 4 mil votam", acrescentou Stephanie.

"Então é como se o resto da população fosse invisível. Existe um processo de revitalização da cidade, mas os brasileiros não estão envolvidos nisso”. Priscila alertou que se os brasileiros não aparecem nas reuniões e nas conversas, outras pessoas vão falar por eles. "Talvez as vozes que vão estar lá, trabalharão contra a gente", afirmou. Para Margareth, informação é poder. “Estamos fazendo um esforço político e físico para trazer informação. O Governador é republicano, é contra o projeto da carteira de motorista. Ele vai a Framingham apoiar a candidata republicana, que apoia o meu adversário. Toda estrutura política tem uma conexão que precisamos entender. Eu sou a única candidata que tem opositor, seu argumento contra mim é que eu só defendo imigrantes. Todo mundo precisa ter acesso a informação, saber o que eu estou fazendo.

Nós não recebemos fundos para mandar carta, precisamos da ajuda de todos para passar informação”. As candidatas destacaram que durante a campanha "não há tempo, nem dinheiro e voluntários suficientes" para falar com todo mundo. "Através da participação ativa do eleitor e da comunidade, o representante será obrigado a te responder e você ganha poder com isso", afirmaram elas. Quem é cidadão dos Estados Unidos pode votar. Quem não tem não pode, mas pode ajudar conversando com as pessoas, patrões, vizinhos e se voluntariar. Quem não teve a oportunidade de assistir à esta mesa redonda, o vídeo está disponível no Facebook do Grupo Mulher Brasileira ou no podcast no Facebook do Conselho de Cidadãos de Boston.

Fonte: Redação - Brazilian Times.

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