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Publicado em 15/11/2019 as 12:00pm

Filho de brasileiro, cadete da Força Aérea conta como superou trauma de acidente que matou uma pessoa

Alberto Moita achou que estava ficando louco. Era dia 15 de outubro, uma manhã de...

Filho de brasileiro, cadete da Força Aérea conta como superou trauma de acidente que matou uma pessoa Alberto Moita buscou ajuda e conseguiu superar problemas emocionais.

Alberto Moita achou que estava ficando louco. Era dia 15 de outubro, uma manhã de segunda-feira, e enquanto seus colegas conversavam sobre como foi o fim de semana, ele estava agoniado. "Eu estava muito nervoso e trêmulo", disse. "Minha ansiedade estava aumentando e eu senti que meus pensamentos estavam indo a mil por hora".

Menos de 48 horas antes, um motociclista atravessou um sinal vermelho no cruzamento da Bijou Street com a I-25, em Colorado Springs (Colorado) e colidiu com o carro que Moita estava dirigindo.

Moita e seus passageiros não ficaram feridos, mas o motociclista foi declarado morto mais tarde, naquele dia, em um hospital local. Ele tem 23 anos de idade, é um cadete de terceira classe - no segundo ano - na Academia da Força Aérea dos Estados Unidos. Uma pessoa que gosta de conversar, envolvente e inteligente. Seu sonho é pilotar aeronaves KC-46 depois de se formar em 2022.

Ele cresceu na cidade de Wasco, no rico vale agrícola de San Joaquin, na Califórnia, a 140 milhas ao norte de Los Angeles. Correr, jogar futebol e jogar o Flight Simulator X no computador doméstico são apenas alguns de seus hobbies de infância.

Moita tem um irmão gêmeo e uma irmã mais nova. A família dele é etnicamente diversa: seu pai é brasileiro e sua mãe é mexicana.

Ele cresceu na zona rural e destaca que há muitos imigrantes em Wasco, provavelmente 90% da população é hispânica. “Por isso eu cresci falando três idiomas”, disse. Moita se formou no Wasco High School, em 2014, no topo de sua classe, 13 de 300.

O caminho dele para entrar na academia não foi fácil e rápido. Ele se alistou na Força Aérea em 2015 e fez o SAT cinco vezes e o ACT três vezes antes de ser admitido. Antes da colisão, seu GPA e finanças estavam no topo de sua lista de suas preocupações.

"Quando cheguei à Academia, fiquei preocupado em pagar por um carro que não tinha permissão para dirigir", disse ele. Moita também enfrentou problemas familiares, incluindo a morte dos pais de dois amigos íntimos.

Ele também teve problemas para equilibrar sua agenda acadêmica com suas responsabilidades de cadete. Ele chegou a pensar em desistir. "Depois de se alistar, foi realmente difícil se adaptar à Academia", disse. "Eu disse a mim mesmo: 'Não posso mais fazer isso. É horrível".
Moita ressalta que o acidente no trânsito que tirou a vida de uma pessoa “foi a gota d'água em seu barco cheio de estresse”. Ele afirma que sempre pensou que tudo estava indo bem, até o acidente.

A situação emocional de Moita piorou e foi aí que os treinadores militares da academia de Moita - incluindo Tech. Sgt. Michael Hinojosa - cuidou para que ele conseguisse ajuda.

Hinojosa é um treinador militar da academia para o Cadet Squadron 16. Ele e os outros AMTs orientam os cadetes desde o momento em que chegam para o treinamento básico. Ele disse que o ataque de ansiedade foi muito perceptível em Moita na aula, naquele dia, mostrou que o rapaz precisava de ajuda. Ele levou o jovem ao Peak Performance Center, um programa que ajuda cadetes, mesmo quando isso significa encaminhá-los para tratamento avançado.

Moita disse que "era uma luta para obter ajuda" antes de chegar ao PPC e que está ficando melhor e mais confortável à medida que a terapia continua. "Eu definitivamente me sinto melhor e tento ajudar outros cadetes", disse. "Consegui ajudar muitos calouros em momentos difíceis”.

Este capítulo da história de Moita termina bem, mas ela ainda está em andamento. Desde a colisão, ele recebeu um acompanhamento terapeuta e está feliz em compartilhar sua história com outros cadetes e não tem mais medo de parecer vulnerável.

Ele disse que nunca pensou em suicídio, mas entende como desafios menores podem surgir e levar a uma decisão tão fatídica. “Mas aconselho, a vida deve ser vivida. Enfrente seus problemas e peça ajuda se for preciso. Não tenha medo nem vergonha”, finaliza.

Fonte: Redação - Brazilian Times.

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