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Publicado em 17/11/2019 as 8:00am

Campeã brasileira do atletismo muda carreira para incentivar contato com a natureza e a pesca em Michigan

Anita Leal Souza, de 29 anos, enxergou nas águas de Michigan uma chance de fisgar...

Campeã brasileira do atletismo muda carreira para incentivar contato com a natureza e a pesca em Michigan Atleta e bióloga, Anita Leal Souza se impressionou com a natureza de Michigan (EUA) — Foto: Anita Leal Souza/Acervo Pessoal

Anita Leal Souza, de 29 anos, enxergou nas águas de Michigan uma chance de fisgar oportunidades. Ela, bióloga de formação e profissional campeã do atletismo brasileiro, vivia em São Paulo quando recebeu, há oito anos, uma proposta para estudar nos EUA com uma bolsa atleta-estudantil.

A mineira, nascida em Varginha, sabia o que essa chance representava, mas abdicar dos treinos com Nélio Moura (treinador de Maurren Maggi e Irvin Saladino, campeões olímpicos) e do projeto de mestrado que tinha planejado, foi muito difícil. Na época, ainda, acumulava a conquista do título de vice-campeã sul-americana na Colômbia, era campeã brasileira e recordista nacional sub-23.

“Cursar uma faculdade norte-americana era, definitivamente, a realização de um sonho para mim, mas não foi uma escolha simples”, comenta. A decisão veio acompanhada de surpresas e do conhecimento sobre as riquezas naturais intocadas do estado norte-americano. Michigan é casa do maior litoral de água doce do mundo, de milhares de pomares, lindas noites e até da Aurora Boreal.

Foi também nesse ambiente que seu padrasto, Sidnei Dórea, apaixonado por “fly fishing”, decidiu convidá-la a se aventurar em busca do dono do lago: o “rei salmão” (King Salmon). “A princípio, eu pensei que não iria conseguir pescar por mais de duas horas, que ficaria entediada segurando uma vara e esperando o peixe atacar a isca”, relembra bem humorada.

De acordo com Anita, os pescadores que vão para Michigam procuram 5 espécies nobres de peixes (gigantes esturjões, steelheads, king salmon, coho salmon, northern pike) não existentes na América do Sul, aumentando assim o seu curriculum pessoal

A atividade, porém, remeteu à uma lembrança de infância: o amor pela natureza e o bem-estar ao estar próxima da vida conservada. “Sempre respeitei e admirei a natureza. Ela te acolhe, nutre e abraça. A natureza me despe de qualquer preconceito, desacelera a necessidade do ter e instiga a importância do ser”, explica a bióloga.

A euforia da fisgada de um dia despretensioso de pescaria despertou na moça uma paixão que ela transformou em trabalho. Com a percepção de que os brasileiros, quando viajavam, conheciam “uma porção muito limitada” dos Estados Unidos, ela decidiu criar, há cinco anos, uma operadora de turismo focada em famílias.

Se a legislação brasileira abre brechas para a pesca predatória e a prática sem o registro, em Michigan, Anita explica que é a atividade está ligada intimamente à questão da preservação ambiental e incentiva a consciência através da pesca esportiva. Esse modelo de contato com o natural permitiu para ela a criação de roteiros com passeios em cidades, explorando as culturas rurais e percorrendo pontos estratégicos de aproximação com a natureza.

“Após anos vivendo em Michigan, pude conhecer profundamente a essência local e minha vontade de compartilhar esse lugar, que hoje chamo de casa”, define ela

Fonte: G1

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