Senador participa de evento em Massachusetts e destaque projeto para mulheres no Brasil

O Senador por Goiás, Luiz Carmo, é um político brasileiro que construiu a sua carreira formada através da dedicação, comprometimento e apoio feminino. Ele esteve em Massachusetts para participar do 1º Congresso Internacional de Mulheres Empreendedoras, organizado pela Associação de Mulheres Empreendedoras (AME).

O Brazilian Times conversou com o Senador, o qual falou sobre o começo de sua carreira, dificuldades enfrentadas ao longo da vida e tragédias que abalaram a sua família. Nascido em Palminópolis, interior de Goiás, ele foi eleito deputado estadual em 2007 e se reelegeu em 2010.

Em 2017 ele ficou como suplente de Ronaldo Caiado, o qual foi eleito Governador, abrindo vaga para que Luiz do Carmo assumisse a vaga, neste ano.

Mas a história de Luiz começa ainda na sua infância e desde pequeno ele viu o quanto as mulheres são importantes na vida do homem. Sua mãe cuidou de sete filhos e conseguiu dar educação para todos. Ainda jovem, ele sentia o dom de empreender e em 1970 abriu uma pizzaria. “Eu nunca quis ter patrão. Sempre buscava ter meus próprios negócios”, fala ressaltando que as dificuldades da época o obrigaram a fechar o estabelecimento.

O seu lado empreendedor mudou depois que ele trabalhou por um longo período no banco Itaú. Foi lá que ele conheceu as maneiras de investir das pessoas de sucesso e foi adquirindo uma bagagem que o ensino como vencer na vida. “Um banco cuida do dinheiro de todo mundo, tanto de quem é rico ou quem está em dificuldades financeiras. Foi desta forma que fui conhecendo o mercado”, afirma.

O senador lembra que casou-se muito cedo e aos 20 anos teve a sua primeira filha, Michelle Muniz do Carmo. “quando ela nasceu, foram dois momentos marcantes. O primeiro de ter recebido um presente maravilhoso de Deus em minha vida e o segundo foi o impacto de ver que minha filha nasceu sem uma mão”, se emociona.

Luiz pensava em como seria a vida da filha, se ela conseguiria vencer a dificuldade do preconceito e o que ele deveria fazer para ajudá-la. “Nunca me abati e estive sempre do lado dela. Eu ia com ela, de ônibus, a todos os lugares para mostrar que não havia defeito nela. Doía muito porque depois que ela ficou maior, eu percebia que minha filha ficava constrangida quando alguém estendia a mão para cumprimentá-la”, lembra.

Mas a menina cresceu e, com os ensinamentos do pai, superou as dificuldades e se formou em Direito, tornando-se uma excelente e requisitada advogada. “Eu me separei logo depois que ela nasceu e foi minha segunda mulher, a Ivana, quem tomou conta de Michele”, continua.

TRAGÉDIA

A vida do Senador mudou em 2012, na época ele era Deputado Estadual. Ele recebeu um telefone informando que Michele havia sido vítima de latrocínio. “Foi um choque muito grande. Isso abalou toda a nossa família. Todo mundo adoeceu”, fala.

Seis marginais foram presos e condenados pela morte, mas devido leis falhas do Brasil, uma condenação de 30 anos pode ser reduzia em 2/5 da pena. Isso motivou o senador a lutar por leis mais rigorosas e ele apresentou um projeto para que um marginal que mate para roubar seja obrigado a cumprir a sentença completa atrás das grades.

Luiz do Carmo fala que quando se separou da mãe de Michele, a menina tinha apenas 3 anos e meio de idade. Desde então ela sempre morou com o pai, que após a morte da filha lutou para manter a família de pé. “Este crime não apenas tirou a vida da minha menina, mas destruiu a minha família. Minha esposa, que cuidou de Michele a vida toda, não suportou e teve demência”, continua.

PROJETO PARA MULHERES

Foi a sua criação e a morte da filha que o fez entender que as mulheres brasileiras precisam de mais apoio e reconhecimento por parte do Governo. Ele destaca que o Brasil é um país machista e por isso, existe bloqueio para que a classe feminina tenha os mesmos direitos que os homens.

Por isso, assim que assumiu o cargo de Senador, Luiz do Carmo apresentou um projeto de lei que reserva 30% das vagas parlamentares de cada partido para candidatas mulheres. O político quer fazer uma mudança na lei já existente, que determina que cada partido deve reservar 30% para candidatas mulheres.

O que Luiz do Carmo quer é que seja reservado 30% de vagas eleitas sejam para mulheres. “É preciso que esta classe tenha mais representatividade na política”, afirma.

O projeto muda a forma como são distribuídas as vagas conquistadas pelos partidos nas eleições para deputado federal, deputado estadual e vereador, que são proporcionais. No novo formato, a primeira vaga do partido deve ser ocupada necessariamente pela candidata mulher mais votada. A segunda será ocupada pelo candidato homem mais votado.

As vagas continuam sendo alternadas entre mulheres e homens até que cada gênero tenha ocupado 30% das vagas destinadas ao partido. Depois disso, se ainda houver vagas, elas serão preenchidas na ordem de votação dos candidatos restantes, sem distinção de gênero.

Luiz do Carmo explica que o objetivo do seu projeto é dar um passo adiante no incentivo à participação feminina na política. Ele observa que a regra atual que exige um mínimo de candidaturas de mulheres foi um progresso limitado, e o Brasil permanece entre os países com menos mulheres em cargos políticos.

O senador destaca que foi por defender tanto as mulheres que aceitou o convite de Lilian Magesky, presidente da AME, para participar do Congresso. “Esta foi uma excelente oportunidade para eu contar a minha história, compartilhar minhas experiências e mostrar o quanto as mulheres são importantes em nossas vidas”, finaliza.

Fonte: Redação - Brazilian Times.