Única brasileira na equipe de “O Rei Leão” comemora indicação ao Oscar

A artista de efeitos especiais Tati Leite, tem motivos de sobra para comemorar os resultados de seu trabalho em Hollywood. Paulista de Santo André, Tati é uma das poucas mulheres que conseguiram espaço na área de efeitos visuais dentro dos principais estúdios americanos. Não bastasse estar quebrando barreiras no mercado cinematográfico, um de seus mais recentes trabalhos recebeu indicação ao Oscar 2020. O filme “O Rei Leão” está competindo na categoria “Melhores Efeitos Visuais”, exatamente a área em que a brasileira trabalhou. “Ter a chance de trabalhar em um filme que está na minha lista de favoritos desde a infância é, sem sombra de dúvida, um privilégio. Eu cresci assistindo este clássico várias vezes e fazer parte da equipe do set de filmagem foi uma experiência única e incomparável”.

Especialista em Processamento de Imagem e Visão Computacional, Tati Leite tem no currículo outros trabalhos que são sucessos mundiais, como "Christopher Robin - Um Reencontro Inesquecível", da Disney, os blockbusters da Marvel, "Capitã Marvel" e "Homem-Formiga e a Vespa", e o sexto filme da saga "Missão Impossível - Efeito Fallout", com Tom Cruise. “Depois de trabalhar como freelancer para muitos cineastas, entrei para o Lola VFX, o que me possibilitou fazer parte de grandes projetos. Eu comemoro cada novo trabalho porque sei da importância desse espaço ser conquistado. Cada degrau que subo abrirá caminho para um mercado mais justo e com oportunidades para todos”, afirma.

Tati se mudou para os Estados Unidos em 2012, logo após concluir o mestrado em Engenharia da Computação na Universidade de Campinas, e ingressou na UCLA – Universidade da Califórnia, em Los Angeles, para estudar Entretenimento. Confiante no objetivo de conquistar seu lugar ao sol na “Meca do Cinema”, ela teve ajuda fundamental de alguns professores que foi conhecendo durante a sua jornada. “Eles me direcionavam e me ajudavam a criar um portfólio consistente, no formato de qualidade exigido pelos estúdios americanos”, relembra.

A brasileira vive a expectativa para o Oscar e sonha em se tornar supervisora de efeitos visuais. “Depois de me formar em engenharia de computação, achei que estava blindada contra a disparidade de gêneros, até me mudar para LA e descobrir que na área de VFX o número de mulheres é ainda mais limitado, principalmente considerando a parte técnica. Só para se ter uma ideia, em toda a história do Oscar, houve mais de 700 homens nominados na categoria de efeitos especiais e apenas 3 mulheres. Esse ano novamente nenhuma mulher indicada. Vejo que ainda existe uma grande barreira a ser vencida nessa área, e espero contribuir de fato para quebrá-la”, afirma Tati Leite.

Fonte: Redação - Brazilian Times.