Los Angeles dá primeiro passo para proibir instalações privadas de imigrantes

A Câmara de Vereadores de Los Angeles, na Califórnia, apoiou por unanimidade, na quarta-feira (22), uma proposta de proibição temporária de empresas privadas estabelecer ou operar centros de detenção para imigrantes ou instalações similares na cidade.

A presidente da Câmara, Nury Martinez, que defendeu a proposta, criticou os administradores do governo federal e dos centros de detenção, dizendo que a prática de separar crianças imigrantes de seus pais quando atravessam a fronteira “causou grandes problemas para elas e traumas para a vida toda''.

Ela disse que a proposta de proibição - que precisará ser elaborada pelos advogados da cidade e levada de volta para aprovação final da Câmara - também se destina a se aplicar aos chamados “abrigos” para menores imigrantes desacompanhados, como um que foi proposto pela empresa VisionQuest, em Arleta, uma comunidade predominantemente latina.

“Nossos filhos imigrantes já passaram pelo inferno antes de chegar ao pais'', disse Martinez. “Empresas como a VisionQuest estão tornando a vida delas um inferno ainda maior em suas instalações e eu sou contra qualquer ideia de empresa que lucre com a miséria e a dor das crianças. É moralmente errado, em muitos níveis, e não podemos permitir isso em nossa cidade”, continuou.

Um representante da VisionQuest contestou essas alegações em um comunicado enviado ao City News Service, dizendo que a empresa “não opera centros de detenção, nem tem contratos para operá-los”. 

“A VisionQuest procura estabelecer um abrigo para imigrantes a fim de fornecer roupas, alimentos, educação, assistência médica e moradia para menores não acompanhados”, disse o porta-voz da empresa, Jeff Bender. “Nosso objetivo é reuni-los com membros de suas famílias ou uma família adotiva dentro de 90 dias a partir de sua chegada ao abrigo”.

A VisionQuest obteve US$ 25 milhões em contratos com o governo federal no ano passado para operar instalações para detenção de imigrantes no Texas, Novo México, Arizona e Califórnia.

Martinez disse que uma proposta para banir permanentemente os centros de detenção de imigrantes também está sendo desenvolvida. Espera-se que a proibição temporária aprovada na quarta-feira dure 45 dias após sua aprovação, com o conselho tendo a opção de prorrogá-la inicialmente por 10 meses e depois mais um ano depois disso.

Fonte: Redação - Brazilian Times.