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Publicado em 24/02/2020 as 1:30pm

Luiz Marcos Vasconcelos. Músico, cantor, compositor, guitarrista, amigo e grande influência em minha juventude.

Luiz Marcos poster show. Sabe quando a gente é jovem e tem um amigo um pouco mais velho...

Luiz Marcos poster show.

Sabe quando a gente é jovem e tem um amigo um pouco mais velho que sabe tudo, toca muito, compõe e canta no estilo de Cat Stevens, Crosby Stills Nash and Young e James Taylor, e ainda fala inglês pra caramba? Pois é, foi assim que Luiz Marcos Vasconcelos me influenciou. Figura respeitadíssima entre os músicos cariocas da época, Luiz Marcos criou a inovadora banda Duplo Etéreo em 1971, banda que foi mencionada na revista Rolling Stone como uma das bandas que iniciou a história do Rock’n Roll no Rio de Janeiro.

Tocaram no show inaugural do Teatro Tereza Rachel em Copacabana, RJ, teatro que foi uma das maiores referencias e ponto de encontro da galera “Paz e Amor” na época, palco aonde surgiram bandas e artistas incríveis que iniciavam carreira na época. Foi no Tereza Rachel, (eu estava tocando com o Veludo), aonde fui “encontrado” por Ney Matogrosso e passei a integrar sua banda....

Artistas como Gilberto Gil, Gal Costa, a banda Som Imaginário com Milton Nascimento, Lulu Santos em início de carreira passaram por lá. O Duplo Etéreo esteve muito ativo em 1971, se apresentando em diversos festivais em escolas do Rio, outros espaços musicais e eventos particulares, como em lançamentos de livros e escolas de arte.

Contando com participações de músicos como Ari Mendes (eu mesmo…), Nelsinho Laranjeiras (Veludo, Jorge Benjor), Herman Torres (Gang 90 e Absurdetes, Fagner, Zé Ramalho, Alçeu Valença), Lourenço Baeta (Boca Livre), Mamá (Analfabitles, Banda de 7 Léguas), o Duplo Etéreo marcou uma época com um som inesquecível, produto dos sonhos do Luiz Marcos....

Em 1972, em viagem longa à Europa, Luiz Marcos foi chamado para tocar com os Meninos de Deus, um grupo religioso que fez muito sucesso na época com um som bem roqueiro, por onde passou também o ator River Phoenix. De volta ao Brasil em 1973, gravou dois discos com o grupo, produzidos por Fernando Adour, que tiveram grande repercussão na mídia, com músicas de sucesso como a oração de São Francisco (Senhor Fazei de Mim um Instrumento de Tua Paz) e algumas composições de sua autoria, como ‘A Luz” e “De Manhã”.

Procurem no YouTube por Os Meninos de Deus Aleluia 1975, aonde Luiz Marcos lidera o vocal. O grupo Meninos de Deus contava com a presença de Jeremy Spencer, ex-guitarrista do Fleetwood Mac, que viveu no Brasil por um longo período e fazia parte do movimento. Sugiro uma procura no Google para quem não conhece a trajetória e a queda vertiginosa desse grupo, liderado por Moses David, que acabou em tragédia como uma seita nada religiosa...

Após sair desse grupo, em 1975, Luiz Marcos passou a apresentar-se com um repertório de músicas autorais em diferentes encontros, festivais, espaços e nas ruas. Em 1980, formou a dupla Makrossom com Thomas Edward Brokaw (ex-banda Black Zé e Uddyana Bandha), que conheceu na Bahia, com quem mantém uma parceria até os dias atuais.

Com Thomas, gravou o CD “Sinais”, disponível no Spotfy e no Deezer. Mudou-se no final de 1981 para Brasília, onde remontou o Duplo Etéreo com Haroldo Mattos (guitarra), Betão (baixo) e Rodrigo Galvão (bateria), tendo se apresentado por dois anos com repertório próprio em diversas temporadas em espaços como Gate’s Pub, Public House e festas particulares.

Em seguida, montou a banda Midnight Cowboy novamente com Thomas Brokaw e Haroldo Mattos (guitarra), Pedro Martins (baixo), Leander Motta e posteriormente Ticho (batera), apresentando-se em espaços diversos, feiras agropecuárias e encontros de country music por cerca de dois anos.

Em 1985, montou um estúdio com Thomas Brokaw em Brasília, onde gravou diversas bandas locais e artistas como Cássia Eller, Zélia Duncan e muitos outros. Em 2004, gravou o CD próprio “Som dessa Estrada”, disponível no Spotfy e Deezer. Ganhou o prêmio “Mapeamento da Nova Música Brasileira” do Itaú Cultural e um prêmio na França pela gravação, produção e participação ao violão no CD “Ziriguidum do Além”, de Renato Mattos, com quem tem parcerias musicais.

Gravou um CD com o violonista Jaime Ernest Dias e a flautista Odette Ernest Dias, “Serenatas Noturnas”, na área da música clássica. Ao longo dos anos, manteve a parceria com Thomas Brokaw e Haroldo Mattos, com André Kassis na bateria, em diversas apresentações em Pirenópolis, Goiás, e em Brasília nos melhores espaços de música, como Gate’s Pub, Feitiço Mineiro, Patu Anu, Pippo e em eventos particulares.

Morando atualmente em Águas da Prata, São Paulo, Luiz Marcos está gravando um CD de músicas instrumentais autorais para lançamento em breve. Acredito que seu trabalho, que vem influenciando tanta gente por décadas, finalmente terá agora o reconhecimento internacional merecido. Parabéns, meu amigo. Nos veremos em breve. Godspeed!

Luiz Marcos e sua Les Paul
Luiz Marcos com violão
Luiz Marcos CD cover

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