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Publicado em 2/04/2020 as 11:00am

A artista Mineira Yara Tupynamba

Arilda. Yara Tupynambá, a primeira dama da arte mineira, coloriu pela primeira vez suas...

Arilda.

Yara Tupynambá, a primeira dama da arte mineira, coloriu pela primeira vez suas retinas com as cores e luzes do gerais de Montes Claros onde nasceu.

É neta de europeu e bisneta de índia da tribo dos Tupynambás.

Aos 17 anos se fez aluna do mestre Guignard, em Belo Horizonte, e a seguir foi aluna de Goeldi, o grande gravurista no Rio de Janeiro. Continuou seu aprendizado com Faiga Ostrower e outros. Sua primeira fase se caracteriza pelo desenho, mas foi a gravura que, de imediato, a fez conhecida.

Ligada à natureza procura expressar o que sente ao contemplá-la em seu esplendor. Para tal, fez-se figurativa. Ligada também à cultura, vai buscar na observação do cotidiano e na poeira do inconsciente a compreensão de si e do mundo que a cerca.

Ciosa de suas raízes barrocas, estudou obsessivamente os mineiros do tempo colonial e assim alcançou a força expressionista que marca o seu trabalho. Grande parte da obra de Yara são documentos artísticos em que pulsam temáticas histórico/sociais. De suas mãos ambidestras nascem obras que contemplam a força das “Minas” e a poesia dos “Gerais”.

Sua figuração poética, às vezes dramática, entre o real e o onírico, entre o histórico e o individual, vai transferindo para as telas e outros materiais, objetos aculturados; casarios, candeias, oratórios, vasos, bules, baús, igrejas, sobrados coloniais, anjinhos barrocos, santos, moças nas janelas, as montanhas, os vales, a neblina, aves, vegetação.

Paralelamente às centenas de quadros, surgem murais arquitetônicos, inclusive no exterior; só em Belo Horizonte há em torno de cem, a maioria em espaços públicos. Yara artista surge na segunda etapa da arte brasileira. A primeira se caracteriza pelo Barroco e a segunda pela tentativa de modernização.

Eram artistas inseridos num tempo político e por isso buscavam a identidade e ideologias do povo e o discurso ecológico. Dentre seus companheiros de geração estão Wilde Lacerda, Álvaro Apocalipse, Jarbas Juarez, Chanina e outros.

Yara destacou-se também como professora de artes na Guignard e na EBA da UFMG, onde foi também diretora (a melhor professora de gravura da época).

O reconhecimento de seu trabalho efetivou-se através de honrarias, medalhas e muitos prêmios em Salões de Arte. Criou o Instituto Yara Tupynambá para atender aos objetivos de promoção das artes e ofícios através de cursos de qualificação social e profissional. Do seu casamento com Pierre Santos nasceu uma única filha.

Yara vive atualmente em BH numa deliciosa casa da Vila Paris. Apesar da idade avançada, mais de 80 anos, ela não se limita. Ainda ministra aulas de História da Arte e pinta diariamente.

Fez história e caminha na história; confirma-se como pessoa em processo. Sua obra gigantesca e bela é o resultado vitorioso de uma consciência operária, que contém em si uma virtualidade estética plena de valores humanos.

Vale do Tripuí Anoitecendo - Acrílico sobre tela - 1,20 x 1,00 m - Tombamento 37-2015 - Coleção da artista

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