Mulheres imigrantes “pedem socorro” após terem sido expostas a pessoa contaminada pelo coronavírus

Algumas mulheres em um centro de detenção do Departamento de Imigração e Alfândega (ICE, sigla em inglês) na Louisiana estão apavoradas, pois foram expostas a uma pessoa com o coronavírus. Elas temem que também fiquem doentes e tentam pedir ajudar para evitar que fiquem doentes e até morram.

De acordo com informações recentes, imigrantes sob custódia do ICE, em todo os Estados Unidos, estão com intenso medo de contratar o Covid-19. Mais de 37.000 estão detidos em instalações descritas por inspetores do governo, organizações não-governamentais e os próprios prisioneiros como lotadas e sujas.

Além disso, dois médicos do Departamento de Segurança Interna (HSI, sigla em inglês) alertaram ao Congresso sobre o fato de que as instalações representam "um risco iminente para a saúde e a segurança dos imigrantes" e também para a comunidade.

Pelo menos quatro funcionários do ICE em New Jersey, Texas e Colorado deram positivo para o Covid-19. Em 24 de março, a agência anunciou o primeiro caso envolvendo um detento. Pouco depois, foi confirmado um Segundo caso, um detento de 52 anos de idade, preso em Newark.

As mulheres citadas no começo do texto alertam sobre o detento doente no Centro de Processamento do ICE no sul da Louisiana, em uma área rural perto de Lafayette. Esta instalação é administrada pela corporação carcerária privada GEO Group e possui mais de 400 mulheres.

Cinco delas, todas solicitantes de asilo de Cuba, conversaram com o The Intercept. Uma das mulheres, Rosa Pino Hidalgo, trabalha na cozinha e disse que uma jovem equatoriana que também trabalha no local com ela adoeceu com sintomas da Covid-19.

As detidos chamaram a reportagem usando um programa de "vídeo visitação". Elas mostraram cartazes explicando seus medos com o contágio do Covid-19 e foram interrompidas quando um guarda apreendeu seus pôsteres.

"Ela serviu comida e limpou o local após as refeições", disse Pino Hidalgo em espanhol. Mas, recentemente, a jovem “ficou doente com dor de garganta, febre alta e diarréia. Ela passou três dias na cama. Tem havido muita gripe por aqui, e a equipe médica fez um teste de gripe. Saiu negativo.

Então, um médico e uma enfermeira entraram em seu dormitório, vestidos com roupas médicas, máscaras, luvas e óculos de proteção. Nunca vimos isso quando as pessoas estão gripadas. Eles carregaram a mulher em uma maca. Seu corpo também estava em equipamento de proteção e ela estava ligada a uma máquina de oxigênio”, disse.

"Eles estão dizendo que essa quarentena é para a gripe. Nós não acreditamos neles. "

Pino Hidalgo disse que o dormitório em que a mulher vivia, que abriga 72 mulheres, foi colocado em quarentena. “Eles passam a comida debaixo da porta. Os guardas estão vestindo uma bata médica e outra proteção.

A mulher foi removida há cerca de 14 dias e na semana passada, ela reapareceu na unidade médica do centro de detenção. "Eu estive lá e ela estava em uma sala com uma placa na janela que dizia 'confirmada ou suspeita de Covid-19''", disse Yadira Labrada Merino, outra imigrante detida.

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Fonte: Redação - Brazilian Times.