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Publicado em 27/05/2020 as 4:00pm

Crianças Imigrantes continuam confinadas e vulneráveis

À medida que a pandemia começou a ganhar velocidade, em março, um juiz federal chamou os...

Crianças Imigrantes continuam confinadas e vulneráveis ICE tenta separar crianças imigrantes de seus pais.

À medida que a pandemia começou a ganhar velocidade, em março, um juiz federal chamou os centros de detenção de imigrantes do governo de “focos de contágio” e ordenou que as crianças fossem libertadas sem demora. Algumas foram, mas o governo Trump usou uma tática diferente e prometeu libertar muitas crianças imigrantes, se seus pais concordassem em serem deportados, e as crianças estariam separados de suas mães e pais até o final do processo.

Chamada de “Escolha de Hobson”, esta tática foi apresentada em meados de maio a várias centenas de pais solicitantes de asilo nos três centros de detenção, no Texas e na Pensilvânia, administrados pelo Departamento de Imigração e Alfândega (ICE, sigla em inglês).

Muitos norte-americanos podem pensar que o governo, escaldado pela sua última experiência com a separação de crianças imigrantes de suas famílias, não voltaria a abordar esse assunto. Mas sim, ele voltou e sem se preocupar com o lado humano.

Nos dias 13 e 14 de maio, os pais imigrantes que estavam nestas instalações, principalmente as mães, foram levados a encontros repentinos com funcionários do ICE, que lhes apresentaram formulários para assinar. Os advogados delas não foram notificados, nem tomaram ciência do que estava acontecendo.

Os formulários ofereciam aos pais a opção de permitir que agentes do governo colocassem seus filhos com parentes ou outros patrocinadores em diversas regiões nos Estados Unidos, enquanto eles ficariam para trás, em detenção.

Poucos pais consentiram, embora muitos tenham sido abalados pela experiência. Alguns concordaram sem perceber o que realmente estavam assinando, de acordo com um processo judicial movido logo depois.

A juíza Dolly M.Gee, do Tribunal Distrital dos EUA, em Los Angeles, tem jurisdição sobre crianças imigrantes detidas sob o acordo de Flores, de 1997, que proíbe a detenção de longo prazo de menores imigrantes.

Em março, os casos de Covid-19 começaram a se espalhar rapidamente nas instalações de detenção de imigrantes, ela ordenou que o governo acelerasse a liberação dos menores; centenas foram colocadas com patrocinadores. No entanto, o acordo de Flores não concede ao juiz nenhuma jurisdição sobre os pais detidos com seus filhos.

Aparentemente, isso levou o ICE a iniciar seus procedimentos nos centros de detenção familiar, nos quais os agentes perguntavam aos pais que buscavam asilo se estavam dispostos a se separar de seus filhos, alguns deles bebês e crianças pequenas.

De fato, o ICE tem autoridade para libertar famílias enquanto aguardam sua próxima aparição em um tribunal de imigração, e o fez rotineiramente no passado.

De acordo com ativistas e advogados, os pais convocados pelos funcionários da ICE ficaram confusos e intimidados. Alguns pensaram que corriam o risco de serem deportados se recusassem a deixar seus filhos serem levados. Em pelo menos um caso, de acordo com um processo judicial, uma mãe que assinou o formulário perguntou a um oficial se ela poderia mudar de ideia; ela foi informada que não.

A administração fechou a fronteira sul dos EUA para requerentes de asilo nesta primavera, citando o risco de uma pandemia. A maioria dos migrantes detidos havia entrado no país meses antes, e mais de 1.000 casos de Covid-19 foram relatados em centros de detenção em todo o país, inclusive entre detidos e funcionários.

Nenhuma foi confirmada nos três centros de detenção familiar, talvez porque haja poucos testes. Ainda assim, centenas de menores imigrantes detidos com suas famílias continuam correndo o risco de contrair o vírus. Nesse ponto, seu confinamento contínuo parece um ato gratuito de crueldade, afirmam os ativistas.

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Fonte: Redação - Brazilian Times.

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