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Publicado em 27/05/2020 as 1:30pm

MUDANÇAS NO JORNALISMO PÓS COVID 19

Tornei jornalista aos 15 anos quando escrevi minha primeira matéria no extinto Jornal de...

MUDANÇAS NO JORNALISMO PÓS COVID 19 Wendel.

Tornei jornalista aos 15 anos quando escrevi minha primeira matéria no extinto Jornal de Sumaré, naquele período final dos anos 80 até os dias atuais, 30 anos se passaram. Quando completei 17 anos ingressei na Universidade Metodista de Piracicaba onde me formei como bacharelado em 1999, obtendo meses depois o meu MTB, que é o registro de jornalista profissional.

Foi uma época de muitas ilusões e esperanças, acreditávamos na política e que podíamos mudar o mundo. Acho que a principal falha das pessoas de bem nos anos 80 foi o excesso de ingenuidade. Eu era de uma geração que não viveu o regime militar e achava que as palavras eram um dos instrumentos mais fortes da democracia.

Nestas três décadas acompanhei um período de mudanças gigantescas na concepção de fazer jornalismo, fui Assessor de Imprensa, correspondente internacional, professor de jornalismo e repórter de campo.

Recordo de 1992, a bordo de um fusca amarelo 1985, eu e o repórter Tadeu de Melo criamos um pequeno jornal chamado de A Voz de Sumaré. O trabalho para manter tal publicação era árduo. O dia começava nas ruas, visitando delegacias, prefeituras e comunidades a procura de notícias.

No começo da tarde, retornava a sede do jornal. A redação era um pequeno espaço alugado onde eu revelava as fotos em um banheiro improvisado (não existia máquinas digitais e nem computadores), depois datilografava as informações que colhia em folhas de sulfite.

Horas depois com os textos no papel e as fotos reveladas, o editor conferia e corrigia os erros ortográficos. O jornal era quase artesanal, registrávamos a vida de pessoas comuns, das várzeas de finais de semana, do aniversário da filha de fulano e tal, o sermão do padre da paróquia local. Algo do povo para o povo.

Com a primeira etapa de produção das notícias, dirigíamos até uma cidade vizinha onde os textos eram entregues no Diário de Santa Bárbara (o maior jornal do interior de Campinas-SP e onde tinha os equipamentos de impressão).

Alguns funcionários desta gráfica-jornal, de posse das matérias, sentavam-se em frente de enormes máquinas tipográficas, algumas movidas a carvão, outras elétricas e digitavam os textos que eram moldados em chumbo, palavra por palavra, para depois montadas em uma mesa. Era como se fosse um gigantesco carimbo.

Então o jornal era impresso. Todo esse processo durava até a meia-noite, salvo os dias quando os equipamentos quebravam. Já na madrugada, eu pegava os jornais e ia distribuindo nas bancas da cidade. O trabalho era muito, o lucro era pouco, mas tudo era mais romântico, o trabalho mais apaixonado.

Hoje jovens jornalistas que só viveram na época da informatização da informação perderam um pouco desta nostalgia das décadas passadas, pois não vivenciaram, não fazem a mínima idéia de como era o cotidiano destes repórteres naqueles tempos.

Hoje, tanto no Brasil como nos Estados Unidos, o imediatismo da notícia que gera a sobrecarga de pautas, não propiciam ao profissional tempo suficiente para o desenvolvimento ideal das informações, a pressa é o inimigo do romantismo existente no antigo jornalismo.

A situação não para por aí, nos últimos anos no Brasil a exigência do diploma foi extinto. Isso sucateou a profissão no país, reduziu salários e aumentou a concorrência por trabalho. A crise econômica e a internet decretaram a falência de jornais e editoras brasileiras importantes. Os números de vendagens em bancas caíram em proporções assustadoras, equipes foram realocadas ou demitidas. Milhares de bancas de jornais fecharam nos últimos dois anos.

Hoje com a Pandemia da Covid 19, de um modo tão trágico, a importância do trabalho dos jornalistas, foram notados novamente pela população. São eles, assim como toda a comunidade médica, que tem que lidar na linha de frente desta doença. Um com palavras outros com suas ações. São todos jornalistas que se arriscam diariamente para apurar fatos, e com isso ajudar na conscientização da humanidade assustada com a doença.

Essa função tão digna do jornalista me remete ao primeiro livro que li na faculdade, O Papel da Imprensa de Alberto Dines, ele disse uma coisa que permeou toda minha carreira, em suas palavras o “jornalista é um educador”. A Universidade Metodista de Piracicaba, onde me formei, foi uma instituição que focou a ética como o instrumento mais importante da profissão.

Hoje não sabemos como será o futuro do jornalismo, mas sei que eu e toda uma geração que vieram antes, fizemos a nossa parte, alguns pagando um preço alto por isso.

Quem sabe o caminho do novo jornalismo seria transformá-lo em algo mais humano, romântico, próximo aos leitores. Talvez ainda exista tempo.

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