Voluntários no Brooklyn intervêm para ajudar imigrantes de baixa renda

Whitney Hu conhece o caminho de cor. Toda manhã de sábado, a jovem de 29 anos acorda às 6 horas para ir a um armazém transformado em teatro, no bairro imigrante de Sunset Park, Brooklyn, na cidade de New York.

Lá ela entra na rotina que vem realizando desde o início do bloqueio causado pela pandemia do novo coronavírus, do estado de new York em meados de março.

Nesse dia em particular, Hu, chefe da Mutual Aid do sul do Brooklyn, um grupo local de ajuda alimentar, conta com a participação de Shahana Hanif, outra jovem de 29 anos que lidera um programa alimentar de emergência com sua irmã mais nova, Sabia, 28 anos.

Hu e Shahana montam 403 caixas, cada uma delas cheia de comida suficiente para alimentar uma família de cinco pessoas. O cardápio de produtos gratuitos da semana inclui massas, arroz, bananas, limões, maçãs, tomates, brócolis, ovos, pão e óleo vegetal.

As caixas também são personalizadas para incluir fraldas para bebês, alimentos adaptados a culturas específicas e recursos adicionais se forem entregues a famílias maiores.

“A única ajuda que não podemos fornecer é assistência com aluguel e assistência funeral”, disse Hu. “Esses assuntos são mais difíceis e, por enquanto, só podemos atender à necessidade de alimentos”.

A pandemia levou o país a um “novo normal de sobrevivência” para alguns.

Hu e as irmãs Hanif são apenas três jovens líderes que se posicionam porque dizem que o governo não está fazendo o suficiente para ajudar seus vizinhos mais vulneráveis: imigrantes de baixa renda e especialmente a comunidade sem documentos, que não é elegível para necessidades básicas, como vale-refeição/alimentação e cheques de estímulo porque eles não declararam impostos ou não têm números de Seguro Social (Social Security).

A Califórnia, onde mais de dois milhões de residentes são indocumentados, é atualmente o único estado no país a oferecer apoio financeiro relacionado ao coronavírus para imigrantes em situação ilegal, alocando US $ 75 milhões ao programa.

As solicitações de financiamento são aprovadas por ordem de chegada. “O surto de coronavírus revelou muitos problemas subjacentes e o quanto nossa comunidade não documentada está sofrendo”, disse Sabia, que com Shahana, conseguiu mais que US $34.000 para apoiar bangladeshianos de sua cidade natal, no Brooklyn, também conhecida como "Little Bangladesh".

As irmãs começaram inicialmente sua campanha para ajudar a alimentar os indocumentados do mês sagrado do Ramadã, que terminou no sábado. Mas eles planejam continuar com suas atividades.

Até o momento, elas deram a 50 imigrantes uma ajuda de US $ 500, para cada um, juntamente com alimentos. "Esses indivíduos são trabalhadores da construção, trabalhadores de mercearias, trabalhadores domésticos", disse Shahana, acrescentando que os US $ 500 não são suficientes, mas é um começo.

"Todo mundo que pode e quem é fisicamente apto dever ter responsabilidade de fazer algo para garantir que possamos fazer ajudar o próximo”.

Aproximadamente 504 mil pessoas que vivem na cidade de new York são indocumentadas, de acordo com um relatório de 2019, divulgado pelo Gabinete de Assuntos de Imigrantes da Prefeitura.

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Fonte: Redação - Brazilian Times.