Brasileira com câncer pede ajuda para ter uma qualidade de vida antes de morrer

A comunidade brasileira em Massachusetts se destaca pela solidariedade e a união quando o assunto é ajudar um conterrâneo. O Brazilian Times sempre divulga campanhas e visa ajudar da melhor forma possível, pois diante desta pandemia, a crise financeira abalou muitos lares. Na edição de segunda-feira, dia 14, se tornou pública a história da pernambucana Lúcia Franca.

No domingo, dia 13, a reportagem do jornal Brazilian Times conversou com Lúcia, através de sua amiga, a empresária Georgeana Frias. Elas estavam no Instituto Dana-Farber, onde a pernambucana está internada.

"Lúcia é uma pessoa bonita e feliz, que todo mundo conhece e sabe que ela merece ser tratada como tratou a todos em sua vida toda", disse Georgeana, que abriu uma campanha no site GoFundMe.

A história de Lúcia com a comunidade brasileira começou em 1987, Lúcia quando ela ainda residia em Pernambuco e terminou um noivado. Diante disso, ela decidiu recomeçar a vida nos Estados Unidos e nesta época, só tinha um parente neste país. Mesmo assim, abraçou a coragem e se aventurou na vida.

Desde então, ela morou nas cidades de Marlboro e Hudson, no estado de Massachusetts. Logo que chegou ao país, ela decidiu que iria trabalhar como Auxiliar de Enfermagem para suprir a falta que sentia dos seus pais.

Lúcia trabalhava de 60 a 80 horas por semana e mesmo diante de tanta carga horária, ela mantinha o sorriso no rosto e a dedicação para cuidar dos seus pacientes.

Georgeana destaca que a amiga “foi líder da equipe no segundo turno do andar mais movimentado, em uma casa Repouso Westridge, que hoje é chamada de MarlborouHills”. Ela também trabalhou com pacientes ambulatoriais, com Alzheimer. “A maioria dos outros enfermeiros não gostava de trabalhar neste andar porque era muito exigente, mas Lúcia gostava”, fala acrescentando que “inclusive era o local preferido dela para trabalhar".

Lúcia sempre foi uma pessoa que explicava detalhadamente e com paciência qualquer assunto que precisasse passar para seus colegas, pois seu principal objetivo era que todos estivessem felizes e seguros. "Muitas vezes ela acabou me ajudando a completar minha tarefa porque aqueles residentes eram sua família", Georgeana afirmou. Ela era verdadeiramente amada e definida como uma benção na vida daqueles que precisavam dos cuidados.

Após 13 anos de trabalho nessa Casa de Repouso, ela teve Câncer de Mama pela primeira vez. Lutou corajosamente e entrou em remissão. Depois, recuperou as forças e voltou a fazer o que tanto amava: trabalhar. Dessa vez, como cuidadora particular e auxiliar de saúde domiciliar. Muitos idosos foram cuidados por ela, sendo que em alguns casos, ela se tornava o único familiar de seu paciente. “Pode-se dizer que Lúcia era a pessoa que confortava os pacientes em seus últimos dias”, destaca Georgeana.

Com toda essa rotina de trabalho, Lúcia nunca viajou para o Brasil, desde que se mudou para os EUA, mas recebeu diversas visitas de seus familiares, inclusive a de sua mãe, que hoje tem 91 anos e idade e mora em Pernambuco.

Mas o fato de ser uma pessoa muito querida, Lúcia conseguiu formar uma família que apesar de não possui o mesmo sangue, a ama muito. “Ela é nossa família”, acrescentou.

Atualmente, com 71 anos de idade, Lúcia precisa da solidariedade e ajuda da comunidade. Ela conta com as doações das pessoas para que consiga recursos e pague por um bom tratamento, pois a sua situação de saúde está piorando.

Além disso, os médicos da Dana Farber tomaram a difícil decisão de interromper o tratamento contra o câncer e recomendaram cuidados paliativos de fim de vida.

Lúcia mora sozinha e sua única família nos Estados Unidos é uma prima que reside em Worcester. Por isso, Georgeana e outros amigos se uniram para realizar essa campanha e arrecadar uma quantia que será usada para suas despesas como moradia, medidas de conforto e também para financiar as decisões que Lúcia tomar em relação a seu futuro local de descanso.

Uma de suas melhores amigas, Nadia, planeja sair da Virgínia e se mudar para Massachusetts onde pretende cuidar da amiga.  "Eu estou muito honrada e fiquei muito feliz quando meus amigos me contaram sobre a campanha. Fiquei pensando na quantidade de pessoas que gostam de mim, quantos amigos conquistei. Isso é muito gratificante", afirmou Lúcia, demonstrando sua capacidade de enxergar sempre o lado bom das coisas, mesmo em situações difíceis.

Quem quiser ajudar, pode acessar o link https://bit.ly/3bWadIq e fazer uma doação de qualquer valor. O objetivo é arrecadar a quantia US $10 mil e até a tarde de quinta-feira, dia 17, havia sido doado pouco mais de US $ 2,500.

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Fonte: Redação - Brazilian Times.