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Publicado em 11/10/2020 as 12:00pm

Publicitário brasileiro roda filme no fim do mundo e apresenta em Los Angeles

O publicitário Will Mazzola lançou um curta-metragem com coprodução argentina chamado...

Publicitário brasileiro roda filme no fim do mundo e apresenta em Los Angeles Will Mazzola

O publicitário Will Mazzola lançou um curta-metragem com coprodução argentina chamado “Condór de Los Andes”. Tem o DNA dos nossos vizinhos porque as filmagens aconteceram no Ushuaia, no extremo sul dos Andes, um lugar conhecido como Fin del Mundo.

O filme está participando de festivais nacionais e gringos (principalmente) há algum tempo, e ganhou recentemente o prêmio de melhor curta independente no Los Angeles Film Award (LAFA), além do troféu de Melhor Filme de Drama no Top Shorts Film Festival, na Califórnia.

A próxima data importante é a exibição no LABRFF, o festival de cinema brasileiro em Los Angeles. Será entre 21 e 25 outubro, com transmissão virtual, assim como quase todos os eventos do setor durante a pandemia.

Will começou a carreira em 2006, ainda na faculdade, editando e montando filmes e peças audiovisuais. Até que um professor o indicou para uma vaga em uma produtora, em São Paulo. Era o início de uma trajetória que o empurraria para o cinema alguns anos depois.

Na produtora, começou a sentir os primeiros sintomas da aceleração do mercado publicitário. “A gente costumava trabalhar, 16, 17, 18 horas por dia. Era uma linha de produção insana e excitante ao mesmo tempo. Era muito bom, mas consumia uma energia vital muito louca”. A rotina se repetiu algumas vezes até resolver quebrar o ciclo.

Aos 25 anos de idade, juntou suas coisas e foi morar em Lisboa. Lá, trabalhou como editor de filmes e deu os primeiros passos como diretor. Foi em Portugal também onde se sentiu fisgado pelo cinema.

“Na publicidade, damos mergulhos profundos por um curto espaço de tempo. E eu tinha vontade de variar, e fazer mergulhos mais longos, orgânicos e autênticos.

Ao retornar para São Paulo, voltou para o mercado publicitário, mas com um roteiro no bolso: o curta-metragem “Mãos”. As gravações iriam acontecer no país europeu, mas acabaram rolando em São Paulo. “Foi o primeiro momento de catarse da minha carreira. Canalizei nele a energia criativa que eu tinha represado até então. Isso me fez um bem danado”.

Em paralelo ao curta, a publicidade seguia oxigenando seu sangue.

Will entrou em uma produtora com uma grande rotatividade de projetos. Lá, dirigiu diversas peças publicitárias de sucesso. Dentre elas, Elo Ted Bear, pela qual ganhou o Grand Prix no Cannes Lions, e Baby Alive - Meninos também Brincam, finalista também no festival francês.

Com a aceleração do trabalho, veio a aceleração da vida. Muito trabalho, ansiedade, problemas pessoais… Escolheu o esporte para descontar a energia. Mas seu corpo fez sinal de alerta e acabou sendo acometido por uma grave doença, que o levou a ficar uma semana internado.

Foram meses de reflexão até aparecer mais uma catarse: ir até o fim do mundo rodar um filme. No caso, Ushuaia, na Argentina, a cidade mais ao sul do continente americano.
“Tudo foi um desafio.

Conseguir os atores, locações, equipamentos, filmar em outros país sem financiamento, muitas coisas feitas à distância. Mas quando me vi naquela situação, cansado e doente, achei uma boa ideia ir para bem longe. O fim do mundo, talvez. E foi o que eu fiz”.

O filme fala de recomeço, de renascimento. Uma garota sem uma história pregressa que parte para uma imensidão cinza a procura de algo que ela não sabe exatamente o que é. Este é o combustível que movimenta a história.

O filme passou por diversos festivais internacionais de cidades como San Diego, Pasadena, Nova York, Londres, Los Angeles, Wellington (na Nova Zelândia) e Roma. E, entre 21 e 25 de outubro, fará mais uma incursão internacional ao integrar a mostra competitiva do LABRFF (Los Angeles Brazilian Film Festival).

O próximo desafio do Will também está a milhares de quilômetros de distância. Será na Califórnia, onde está planejando rodar o próximo curta-metragem. “Já fui para o extremo uma vez. Agora, eu sei como voltar”.

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