Brasileiro é acusado de terrorismo pelo Wegmans de Medford (MA) e família alega inocência

No dia 28 de janeiro, o brasileiro Douglas Goncalves, 30 anos, foi detido por agentes do FBI em sua residência, na cidade de Natick (Massachusetts). Ele é acusado pela rede supermercados Wegmans de terrorismo e teria sacado uma arma de fogo e a apontado para funcionários dentro da loja em Medford.

Ainda de acordo com a informação, Douglas teria enviado um e-mail no qual fez ameaças de que atiraria nos funcionários.

A redação do Brazilian Times recebeu um e-mail enviado por Calebe Soares, no qual ele afirma que família e amigos contestam as acusações e a prisão, qualificando-as como ato preconceituoso. Isso porque na audiência realizada na semana passada, a promotoria não apresentou o vídeo que, supostamente, mostra Douglas sacando a arma e apontando-a para os funcionários. A única “prova” apresentada mostra o brasileiro fazendo compras para um aplicativo para o qual ele trabalha, conhecido por Instacart.

Outro erro da justiça, de acordo com os familiares, é que os investigadores não checaram a origem do e-mail. Isso porque Douglas usa uma conta que foi aberta por uma pessoa e alugada para ele. “Se a polícia checasse o endereço de IP veria que o e-mail não saiu de nenhum aplicativo dele”, afirma um amigo próximo que pediu para não ser identificado.

Douglas trabalhava com uma conta de Instacart alugada, o que se tornou comum nas redes sociais. Existem muitas ofertas em grupos no Facebook e WhatsApp onde alguém abre uma conta no aplicativo e a aluga para terceiros. “Logo, ele não é o responsável pelo e-mail ameaçador. A polícia tem que investigar quem criou a conta e tem acesso ao e-mail”, acrescentou.

Os familiares também desmentiram a acusação de que Douglas foi acusado de roubo e falsificação. “Ele nem mesmo possui computador em casa e não fala inglês”, afirmou o amigo. “Trata-se de um descaso, racismo por parte do Wegmans e das autoridades policiais”, denuncia.

Ainda de acordo com o e-mail enviado por Calebe, Paul Gertner, técnico em Tecnologia de Informação, afirmou que “um simples clique em exibir código fonte no e-mail possibilita verificar a autenticidade e origem do e-mail e não entende porque os investigadores não fizeram isso”.

Devido à acusação de terrorismo, Douglas segue preso em um presidio de segurança máxima em Billerica (MA). Ele terá uma audiência na quarta-feira, dia 17. O supermercado Wegmans tem histórico de racismo e perseguição contra imigrantes que trabalham no mesmo aplicativo. Isso foi relatado por usuários de contas alugadas do Instacart que preferem manter sua identidade em sigilo.

Douglas é pastor auxiliar na Philadelphia Ev. Church, em Framingham, casado há 7 anos com missionaria Daiane Alves, pai de um menino de seis anos de idade e sua esposa está gravida. A família espera por justiça e reparação moral.

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Fonte: Redação - Brazilian Times.