Karol Alves: cantora brasileira que luta pela paz para as mulheres

O Brazilian Times está, frequentemente, produzindo matérias sobre brasileiros ilustres que estão se destacando nos Estados Unidos como empreendedores, em atividades culturais, em esportes etc. Essa semana, então, entrevistamos a brasileira Karol Alves, que vive em Massachusetts e lançou duas músicas recentemente. “Modo F” e “Bastião” falam sobre a liberdade de escolha da mulher e que elas são livres para fazerem o que bem entenderem de suas vidas.

Além disso, Karol é uma artista que acredita que as mulheres devem seguir exigindo a paz e o respeito por suas decisões, e luta, é claro, diariamente por esse ideal. Ela fundou o “Feminist Center”, que tem como objetivo a defesa pelos direitos das mulheres na cidade de Plymouth, em Massachusetts.

Confira a entrevista completa!

BT- O que é e como funciona a Feminist Center?

Karol - A Feminist Center é uma organização que tem como compromisso lutar pela prevenção e pelo fim de todas as formas de violência, qualquer tipo de abuso que ocorre no ambiente doméstico ou familiar, seja ele físico, psicológico, sexual, moral ou patrimonial. Ela não tem fins lucrativos e é mantida através de doações e financiamento privado.

BT- Karol, em off você nos contou que embora seja feminista, você não gosta de falar so a violência por exemplo (que muitas mulheres sofrem), mas sim sobre a paz. Por quê?

Karol - A Paz é um valor humano e universal e ninguém precisa fazer um curso para compreender o que é isso. A paz é um valor que se enraíza no respeito às diferenças. Com a paz podemos gerenciar os conflitos da melhor forma, estamos falando da possibilidade humana de conviver com a diversidade e esse hoje é um desafio extremamente atual. Eu acredito que falar de Paz seja uma forma inteligente de espalhar algo bom, leve e importante para o mundo.

BT- Qual seu conceito de paz para as mulheres? O que seria essa paz específica?

Karol- Nós sempre nos compreendemos como seres inteligentes, criativos e transformadores e está na hora agora de agregar o benéfico, trazemos um potencial inteligente, ético e benéfico. Mas é preciso desenvolver essa natureza de inteligência com o discurso de paz, trazer possibilidade de trajetórias possíveis de serem realizadas em ambiente de extrema diversidade encontrando encaminhamento de soluções que conduzam a um resultado positivo, benéfico e não replicar modelos sobre os quais nós já sabemos de antemão quais são.

BT- Como você atua no seu dia a dia para ajudar a empoderar as mulheres?

Karol- Vale ressaltar que ninguém empodera ninguém. A pessoa se empodera por si só. Nós mulheres, portanto, devemos nos sensibilizar e lutar pelo nosso lugar, singularmente, quanto à conquista de equidade entre gêneros, o que nos permitirá ter o poder para decidir sobre as pautas relevantes à sociedade, com ênfase no que se refere às políticas desenvolvidas para nós mesmas.

BT- Quando percebeu que empoderamento era importante?

Karol- A minha trajetória de vida é muito diversificada. Eu fui mãe muito cedo. Aos 19 anos eu estava dando à Luz minha filha, meu sonho até então era ser uma cantora feminista, estava ali naquela coisa de me preparar para rodar o Brasil inteiro, justamente porque eu via mulheres significativas nesse trabalho de cantora. E eu sempre gostei muito de pessoas, eu aprendi a gostar de público desde muito cedo quando minha mãe me incentivava a cantar na igreja.

Sempre foi um prazer para mim porque eu sempre tive muita facilidade de me comunicar através do canto. Sempre vou passar muito melhor as ideias cantando do que falando, mas eu tive que batalhar muito para conduzir esse caminho, pois eu consegui reverter essa história de que com filha tudo isso iria acabar, e mesmo depois da minha filha eu consegui e ainda consigo trabalhar como Cantora.

Nunca concordei com a ausência de mulheres nos espaços principais do Brasil e do mundo. Isso eu fui ver com mais força na faculdade de Direito onde comecei a buscar mais a minha turma conhecer mulheres feministas. E quando não eram feministas pelo menos tinham consciência que as mulheres não tinham uma cidadania plena.

BT- Até o momento, valeu cada luta? E essas suas lutas também estão evidentes nas suas músicas?

Karol- Então, hoje eu sou uma cantora, ativista feminista com orgulho, atualmente morando nos Estados Unidos, com a vitória de já ter algumas músicas lançadas em todas as plataformas digitais. Eu fui me aprofundando cada vez mais nos estudos, nas pesquisas, nas leituras e eu fui trazendo e arrastando isso aos poucos para as minhas músicas.

Para quem deseja acompanhar as músicas da Karol Alves e conhecer letras incríveis que tratam de temas tão sensíveis e importantes,se inscreva no canal do Youtube: karolalvesusa e acompanhe seu Instagram: @pazparaasmulheres

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Fonte: Camila Oliveira