Lockdowns em lares de idosos não detêm a alegria

O único salva-vidas de Sharon Southerland, que está acamada em uma casa de repouso, eram as visitas semanais de seus amigos. Mas a pandemia trouxe uma prova severa totalmente nova - o isolamento.

Sharon, que tem 84 anos, por muitos anos tem sido uma coluna na congregação local das Testemunhas de Jeová em Jacksonville, Flórida. As visitas de seus amigos terminaram de repente quando as casas de repouso em todo país tornaram-se o foco de infecção do coronavírus, que causou a morte de pelo menos 131.000 pessoas nesses locais.  A casa de repouso de Sharon não foi uma exceção à falta de funcionários e suprimento que paralisaram muitas instalações. Quando os funcionários ficavam doentes ou pediam demissão, os que permaneciam no trabalho tinham que cuidar de 12 a 30 residentes em cada plantão. 

“Eu tive alguns dias sombrios nos quais eu nem conseguia encher a minha jarra de água,” disse Sharon.

Mas mesmo enquanto a sua casa de repouso lutava contra o vírus, ela viu outro tipo de doença se espalhando ali. “O que eu vejo aqui é o desespero”.

Depois de quase sete décadas de ler a Bíblia e praticar a sua fé, Sharon sabia da importância de ser proativa em se proteger da doença do desespero.  “Eu tenho tempo de sentar aqui e estudar a Bíblia o quanto que eu quiser. Como posso ficar deprimida?” diz ela.

Em março do ano passado as Testemunhas de Jeová mudaram para reuniões virtuais. Os que se reúnem têm conseguido se manter conectados aos seus programas espirituais e ao apoio emocional – um salva-vidas para pessoas isoladas como Sharon.

Ela ainda vê seus amigos na congregação, nas reuniões e no seu ministério cristão seis dias por semana por meio do Zoom. “Temos muitas coisas em comum e falamos de coisas positivas,” disse ela. “Isso tem me sustentado.”

Isso também é verdade com relação a Isabel Oviedo uma viúva de 86 anos, que tem se concentrado nos aspectos positivos do lockdown no seu local de assistência domiciliar em Aurora, Illinois.

Poder conectar com a congregação dela virtualmente durante a pandemia tem permitido que ela possa dedicar mais tempo ao seu ministério como Testemunha de Jeová. Caminhar de porta em porta para falar com seus vizinhos era difícil depois de ter quatro operações no mesmo joelho, mas agora ele conecta com seus companheiros de adoração por meio do Zoom quase todo dia para escrever cartas com uma mensagem encorajadora da Bíblia aos seus vizinhos.

“Eu nunca escrevi tanto na minha vida, nem quando eu estava na escola” diz ela com uma risada. “Mas eu amo isso. Isso me dá alegria e paz mental.”

Assim como Sharon, Steve Brunton requer de cuidado total porque ele sofre de paralisia cerebral. Ele estava acostumado a receber um fluxo de visitantes antes do lockdown da sua casa de repouso em Noble, Oklahoma.

Mesmo sem receber visitas por mais de um ano, Steve de 68 anos, tem perseverado à provação do isolamento. Ele se mantém ativo por digitar cartas encorajadoras aos seus vizinhos e por se reunir com sua congregação das Testemunhas de Jeová por meio do Zoom.

O congresso anual das Testemunhas de Jeová com o tema bíblico “Não perca a alegria!” que no verão passado foi feito virtualmente o ajudou de maneira especial. Ao passo que antes ele só podia ouvir em áudio a gravação do programa do congresso presencial, nesse ano ele se uniu às Testemunhas de Jeová no mundo inteiro durante os três dias da programação de vídeo do congresso online.

“Eu amei tudo!” disse ele sobre o congresso. “Isso ajuda às pessoas com os problemas que estão encarando hoje.”

Aquela ajuda foi necessária depois de alguns meses, quando ele pegou covid-19 e teve que ficar de quarentena sem seu computador ou telefone por duas semanas – completamente isolado do apoio de seus amigos. Mesmo assim, ele estava contente de ter sua Bíblia, uma cópia da revista A Sentinela e um rádio. “Eu estava bem” disse Steve. “Eu sei que Deus está sempre comigo.”

Sua atitude positiva tem ajudado outros. “Steve nunca se queixa” disse a irmã dele, Lisa Whiteside. “Sempre quando eu quero sentir pena de mim mesma, eu penso em tudo no que ele tem perseverado e na sua boa atitude.”

Residentes que estão confinados a locais de cuidados prolongados anseiam se reunir com suas famílias e amigos. Mas independente de quando as restrições da pandemia se levantarem, Sharon está certa de uma coisa: “A alegria não depende de nossas circunstâncias,” ela disse. “Não tenho medo do que esteja por vir. Conto com a alegria.” 

Poderá achar no seu site oficial, jw.org, mais informações sobre as atividades das Testemunhas de Jeová, incluindo recursos em como se lidar com isolamento.

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