Publicado em 13/12/2021 as 12:00pm
Mostra em NY critica assédio a brasileiras
Uma frase bastante comum entre gringos se tornou o principal tema de uma exposição na cidade...
Uma frase bastante comum entre gringos se tornou o principal tema de uma exposição na cidade de New York (New York). "Você é brasileira? Nossa, eu adoro mulheres brasileiras" possui uma conotação sexual quando é dita para mulheres brasileiras, de acordo com os organizadores do evento.
Essa mesma frase aparece em inglês na obra da paulistana Santarosa Barreto, exposta há três anos no MASP (Museu de Arte de São Paulo), e agora dá nome a uma exposição que será inaugurada em janeiro na apexart, em New York.
A coluna Universa, do site UOL, disse que a exposição é formada por obras de 12 artistas, todas brasileiras, e chama-se "Oh, I Love Brazilian Women". Ela foi pensada e organizada pela tradutora e curadora paulista Luiza Testa.
Ainda, de acordo com a publicação, a curadora ouviu estes tipos de comentários quando morou por 18 meses em NY, “mas só se deu conta da sexualização de brasileiras quando começou a compartilhar a experiência com outras mulheres”.
Ela destacou que as brasileiras crescem escutando este tipo de frase, mesmo sem sair do Brasil. “‘Adoro mulheres brasileiras’ é o nome da exposição porque soa muito familiar mesmo, eu ouvi diversas vezes enquanto morava fora. A gente demora para entender o que de fato significa, qual é a insinuação por trás disso, mas sabe que tem algo nessa frase que não soa bem", explicou.
Durante o tempo em que morou fora Luiza percebeu que o assédio é constante na vida das brasileiras, mas que em alguns países ainda existem machismo e xenofobia. De acordo com ele, em vários países o fato de ser brasileira ou latina é acompanhado por estigmas específicos. “Nos Estados Unidos, existe o biquíni brasileiro, a depilação brasileira, que são formatos que fortalecem esse estereótipo sexualizado. Tem até uma expressão, 'Brazilian butt', usada para falar das bundas maiores", disse.
A exposição tem obras de Arissana Pataxó (BA), Benedita Arcoverde (PE), Brenda Nicole (SP), Camilla D'Anunziata (RJ), Fernanda Sternieri (SP), Juliana Manara (Londres), June Canedo (Nova York), Lenora de Barros (SP), Micaela Cyrino (SP), Milena Paulina (SP), Santarosa Barreto (SP) e Vitória Cribb (RJ).
Além de falar sobre o assédio contra brasileiras, as artistas abordam temas como HIV, violência doméstica e pandemia de coronavírus, sempre de uma perspectiva de gênero.