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Publicado em 12/04/2022 as 11:00am

Entrevista com o Maestro Dante Mantovani

Integrou o Conselho Nacional de Cultura (Ministério do Turismo) e Conselho Municipal de Turismo do Rio de Janeiro. Foi presidente da FUNARTE - Fundação Nacional de Artes (2019-2020) e criador do Sistema Nacional de Orquestras Sociais (SINOS). É acadêmico pesquisador da Academia Nacional de Música, membro da Academia Paulista de Música e Comendador pela Ordem do Mérito Cultural Carlos Gomes.

Maestro Dante Mantovani é graduado em música pela Universidade Estadual de Londrina, e em Regência Orquestral pela Escuela de Diréccion Orchestal de Huelva (Espanha); Especialista em filosofia política, Mestre em linguística e doutor em estudos da linguagem (Universidade Estadual de Londrina). Criou e regeu diversas orquestras e corais no Brasil e no exterior; criador e idealizador do Festival de Música de Paraguaçu Paulista-SP(FEMUSPP); Autor do livro "Ensaios sobre a Música Universal - do Canto Gregoriano a Beethoven" (editora Si vis Pacem, 2017). Integrou o Conselho Nacional de Cultura (Ministério do Turismo) e Conselho Municipal de Turismo do Rio de Janeiro. Foi presidente da FUNARTE - Fundação Nacional de Artes (2019-2020) e criador do Sistema Nacional de Orquestras Sociais (SINOS). É acadêmico pesquisador da Academia Nacional de Música, membro da Academia Paulista de Música e Comendador pela Ordem do Mérito Cultural Carlos Gomes.

 

- Quais são os desafios que jovens artistas clássicos enfrentam hoje, e o que você está fazendo para apoiá-los e incentivá-los em suas carreiras profissionais?

No Brasil não existe mercado para os jovens artistas clássicos, em uma profissão que exige muito mais dedicação, estudo e talento que muitas outras. Para sanar este problema criei o SINOS (Sistema Nacional de Orquestras Sociais) quando passei pelo governo federal como Presidente da FUNARTE, um projeto que poderia ter sido a menina dos olhos da administração Jair Bolsonaro, mas que depois que saí do governo acabou ficando em segundo plano.


- Por que a música é tão importante para a humanidade?

Porque a música partilha da estrutura do universo. Música é matemática. A relação entre dois ou mais sons é sempre uma relação matemática, e ao mesmo tempo as melodias e harmonias despertam o que há de mais profundo em nossa alma, unindo sempre razão e emoção. A música que o homem escuta determina seu comportamento, sempre foi assim, mas hoje isso também é mais evidente do que nunca.

- No livro "Ensaios sobre a música universal" de sua autoria você menciona que "a vibração das músicas em nossas vidas determina as nossas escolhas, a nossa conduta ética, e a nossa busca espiritual. Isto se dá porque a música tem um ritmo próprio, e esse ritmo cria a harmonia da vida". Fale um pouco mais sobre esta afirmação, por gentileza.

A música é uma arte marcial, ou seja, uma arte de comando, uma arte que comanda nosso comportamento, pelas razões que iniciei a expor em cima - os ritmos, melodias e harmonias influenciam decisivamente em nosso corpo, psiquê e espírito, ninguém fica inerme à música, ainda que não saiba e mesmo que não preste atenção, será sempre influenciado por ela. É por isso que Aristóteles tratou dos efeitos da música em seu livro "Política, livro VIII", os gregos sabiam que educação musical é um assunto de Estado, porque se a música vai mal toda sociedade vai mal. 

- Já aconteceu de ter uma plateia desrespeitosa? Se sim, qual foi a sua reação?

Não diria que tive platéia desrespeitosa, mas sim já lidei com platéias absurdamente desinformadas, a ponto de conversarem entre uma e outra obra em um concerto, ou aplaudirem entre um e outro movimento. Isso acontece muito no Brasil porque não há qualquer investimento em formação de platéias, as pessoas simplesmente não sabem se comportar. No Festival de Música de Paraguaçu Paulista-SP(FEMUSPP) que dirijo no interior de São Paulo já designei um orador para passar todas as regras de comportamento antes de cada concerto, e os resultado têm sido excelentes! 

- Quem foi que disse "este menino será um músico"? De que lado corre a veia artistica na família?  

Toda minha família é muito musical, tanto por parte de pai como por parte de mãe. Meu pai ouvia música clássica em casa todos os dias, e seguia com explanações sobre os grandes compositores, isso desde que me entendo por gente, inclusive colocava discos para minha mãe ouvir grávida de mim. Minha mãe já cantou no rádio e compõe músicas espontaneamente. 

- Qual foi o momento da história da humanidade que você gostaria de ter vivido, e por quê?  

Gostaria de ter vivido na VIENA do séc. XIX, época em que a Música chegou ao ápice de seu desenvolvimento, e figuras como Beethoven, Mozart, Schubert e Haydn estavam vivas praticamente ao mesmo tempo!

 

- Qual o melhor conselho para uma criança que está começando a estudar música?

Ouvir os grandes mestres da música, cantar em coro e aprender algum instrumento musical. 

 

- O que você já sonhou, e hoje em dia não tem mais vontade de fazer?

Ainda não consegui realizar todos meus sonhos, muitos já realizei inclusive, como criar o SINOS e o FEMUSPP, mas ainda não desisti de nenhum deles! 

 

- Qual é a sua relação com Deus? 

Ele precisa vir em primeiro lugar e ser a fonte de tudo que se faz. A música é a máxima expressão física e artística do amor ao próximo, que é o principal mandamento divino. 

- O que te faz ficar angustiado e ou ter medo?      

O desprezo pelo conhecimento e pela cultura na sociedade de massas. Meu receio é que o mundo se transforme numa ditadura dos bárbaros. 

 

- Aristóteles dizia "nunca existiu uma grande inteligência sem uma veia de loucura". Qual é a sua maior loucura?

Tentar mudar a realidade da cultura nacional por dentro do aparato estatal. Comprei a maior briga do século e fui caluniado em peso por toda a grande mídia mundial. Fui capa de jornais e periódicos como Washington Post, The guardian, el País, Le Monde, NY times, etc, sempre na tentativa de descredibilizar o Brasil, a alta Cultura e o presidente Jair Bolsonaro. Infelizmente essa barulheira afetou as mentes mais suscetíveis e retrocedemos muito no Brasil em matéria cultural. A sociedade de massas ainda não está preparada para o embate cultural que precisa ser feito para que voltemos a ser uma sociedade culta, ao espelho do que éramos no período de Dom Pedro II. 
 

- Quais foram os momentos da sua trajetória em que você se sentiu perdido?

Sempre que por uma necessidade material ou profissional preciso afastar-me das atividades musicais fico bem perdido, sem lidar com música sou como uma planta sem água. 

- Qual é o personagem da história do mundo da música, literatura, ou um estatista que você gostaria de ter tido uma oportunidade de sentar e bater um papo? E por quê?

Vou fazer o raciocínio reverso - tive oportunidade de conversar com grandes personagens históricos que deram-me grandes horizontes imaginativos. Um deles foi o professor Olavo de Carvalho, um dos grandes responsáveis pelo aumento exponencial da minha inteligência; outro foi o Maestro Francisco Navarro Lara, meu mestre na regência orquestral, outro grande gênio que a Espanha revelou ao mundo; também tive a honra de ter como mestre Ricardo Rizek, um professor de composição que aplicava os conhecimentos de Mário Ferreira dos Santos ao estudo da Música.  Mas se eu pudesse voltar no tempo gostaria de bater um papo com 2 figuras e já me daria por satisfeito - Platão e Aristóteles . Eles abarcaram tudo que veio depois na história das idéias, foram os maiores gênios da humanidade!

- Cita por gentileza uma música especial que toca lá no fundo dos seus sentimentos e quando você toca acontece uma mágica no seu coração?

Tenho uma relação profunda e especial com as sinfonias de Beethoven, ano passado executei pela primeira vez em minha cidade natal a quinta sinfonia, o que teve um significado mais do que especial, pois foi a primeira grande obra sinfônica a que fui apresentado pelo meu pai no início da infância, e a executei no teatro onde vi pela primeira vez uma orquestra sinfônica tocar. Essa foi uma das minhas grandes realizações!  

 

- Pode-se dizer que você é jovem maestro, mas tem um curriculo respeitável. Qual é aquela que você considera a sua maior conquista até hoje?

Presidi o órgão máximo de política cultural do Brasil e elaborei o mais completo programa de apoio a orquestras da nação, mas ter executado a quinta sinfonia de Beethoven no teatro onde vi uma orquestra pela primeira vez foi maior do que tudo! 

 

- Quais são suas melhores lembranças de infância?

Ouvir música clássica em casa no domingo, com churrasco e família reunida. 

- De quais performances/gravações você mais se orgulha? 

A performance sempre evolui com o tempo, ano passado (2021) regi a nona sinfonia de Dvorák - "novo mundo" com uma Orquestra de profissionais e estudantes no Festival de Música (FEMUSPP); durante os ensaios parecia que não sairia, a obra é deveras grandiosa, mas no concerto todos se agigantaram, a superação foi a regra e a música fluiu com grandiosidade e perfeição. Essa satisfação é sem igual! 

- O que você faz antes de subir no palco, nos bastidores, para se preparar mentalmente e que te dá inspiração e energia na sua apresentação? 

Bebo água, faço alongamentos e rezo algumas Ave-Marias! 

 

- O que você acha que precisa ser feito para aumentar o público da música clássica? O governo faz o suficiente para incentivar? E na sua opinião, o que poderia ser feito a mais?

Os projetos que deixei prontos no governo resolvem essa situação, basta reativá-los, um pouco de vontade política.

 

- Quais foram as influências mais importantes em sua vida e carreira musical? 

Os grandes compositores da música clássica, os grandes intérpretes do séc. XX e autores de grandes livros hermenêuticos, como Otto Maria Carpeaux e seu monumental "Pequena História da Música", que de pequena não tem absolutamente nada.


 

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