Publicado em 13/05/2022 as 8:00pm
Brasileiro condenado a 50 anos por homicídio no Maine tenta anular julgamento
Athayde foi condenado por assassinar sua namorada Ana Cordero, em sua casa, na cidade de Hartford (Connecticut), em 2018, com as duas filhas do casal na casa. O julgamento ocorrido em 2021 durou dois dias com depoimentos que incluíram o médico legista Mark Flomenbaum, que disse que a vítima sofreu pelo menos 43 golpes de uma barra de metal.
Da redação
Um advogado de defesa do brasileiro Rondon Athayde argumentou na quarta-feira, dia 11, durante uma audiência de apelação que a condenação por assassinato deveria ser anulada devido a perguntas sobre a causa da morte e o estado de espírito dele ao fazer declarações incriminatórias à polícia.
Athayde foi condenado por assassinar sua namorada Ana Cordero, em sua casa, na cidade de Hartford (Connecticut), em 2018, com as duas filhas do casal na casa. O julgamento ocorrido em 2021 durou dois dias com depoimentos que incluíram o médico legista Mark Flomenbaum, que disse que a vítima sofreu pelo menos 43 golpes de uma barra de metal.
O brasileiro foi condenado a 50 anos de prisão em setembro do ano passado.
Durante a audiência de apelação na quarta-feira, o advogado de defesa, Rory McNamara, argumentou sobre o testemunho do médico legista e afirmou que a morte foi resultado de ferimentos novos e antigos. Ele afirmou que, embora não houvesse dúvidas de que as ações de Athayde levaram à sua morte da mulher, ele não acredita que ela teria morrido se não fosse por ferimentos anteriores. “Também não há evidências suficientes de que Athayde foi o responsável pelos ferimentos anteriores”, acrescentou.
O Procurador-geral adjunto, Donald Macomber, disse que a vítima perdeu dois terços de seu sangue como resultado do espancamento feito por Athayde na noite de sua morte, o que “foi mais do que fatal”.
Macomber disse que há evidências de que Athayde espancou sua companheira em várias ocasiões e disse que "não há dúvida" do relatório do médico legista de que esta agressão foi a causa da morte. "Você realmente acha que faria diferença com um júri neste caso?", indagou ele. McNamara argumentou que o espancamento foi “a causa final, mas não a única causa” da morte e disse que, embora houvesse evidências de brigas anteriores, não havia “nenhuma evidência racional no registro de que ele causou os problemas crônicos subjacentes”.
Durante o julgamento de 2021, o advogado de defesa Clifford Strike pediu ao júri que considerasse seu cliente culpado de homicídio culposo em vez de doloso.
Macomber disse que a partir do momento em que a polícia chegou ao local, Athayde assumiu a responsabilidade pelo assassinato. “Ele falou aos detetives que fez isso”, disse. “Ele explicou a eles que o casal já haviam brigado antes”.
Como parte do recurso, a defesa também questionou o estado de espírito de Athayde ao fazer declarações incriminatórias à polícia logo após a morte de Cordero. McNamara disse que Athayde não dormia há 36 horas, se sentia mal e não sabia o que estava falando.
Durante o julgamento, o tribunal determinou que as declarações que ele fez para a polícia enquanto caminhava por sua casa foram voluntárias e uma moção para suprimir as declarações foi negada.
A juíza Valerie Stanfill, que presidiu a audiência de quarta-feira, disse que as alegações orais serão analisadas e uma decisão por escrito será emitida “no devido tempo”.
Cordero foi assassinada em 13 de dezembro de 2018, na casa que ela e Athayde dividiam, no 62 Bear Mountain Road.
Ao aplicar a sentença, no ano passado, o juiz William Stokes chamou a violência doméstica de “brutal e “extraordinariamente violenta” e de “abominável”. Ele acrescentou que as imagens de Cordero, 41 anos, e a cena do crime, “ficaram em sua mente por várias semanas”.
Stokes acrescentou que ficou claro para ele, diante das evidências apresentadas no julgamento, que não foi a primeira vez que Cordero foi agredida fisicamente. “Em todo o meu tempo como juiz e como Promotor, essa foi uma das agressões mais brutais que já vi”, disse o magistrado.