Coluna Wendel Stein

Atlântida: Lendas de um Continente

 

As histórias sobre a existência do continente perdido de Atlântida ainda são um dos grandes mistérios da humanidade.  São poucos, mas precisos, os relatos sobre esta terra. O mais importante foi os escritos de Platão, contido nos livros Crítias e Timeu. Neste segundo manuscrito, existe um diálogo entre Sócrates e alguns de seus discípulos na qual é relatada a visita de um homem à capital do Baixo Egito. Lá os sacerdotes da deusa Atenas   relataram ao homem antigas histórias sobre a origem da humanidade. No decorrer do livro, é contada sobre a guerra entre atlantes e atenienses ocorrida sete mil anos antes da Grécia antiga.  Tudo é escrito com maestria, como uma boa obra literária o que fez, inclusive, Aristóteles considerar a história uma lenda.

Lenda ou não nos dias de hoje muita coisa foi escrita sobre o tema. Dizem que o povo atlante era um povo belo, com uma tecnologia evoluída, e palácios gigantescos. Lá existiam espaçonaves que cruzavam os céus a mais de 160 milhas por hora abastecidos com um misterioso combustível chamado Viril. Segundo Platão “a riqueza que possuíam era tão imensa que jamais havia sido vista em qualquer palácio real nem será facilmente vista de novo”.  Com tanta fortuna e tecnologia o povo atlante começou a se corromper, esquecendo suas virtudes sagradas que sempre os fizeram os mais belos e digno dos povos. Irado com isso, Zeus mandou inundações e terremotos que se prolongaram por dias até que o continente foi sugado pelo mar não deixando vestígios.

Nos relatos de Timeu há uma localização da Atlântida, diversos pesquisadores tentaram encontrar rastros do continente, mas todas as buscas foram infrutíferas. Até Jacques Coustoue realizou com sua equipe do Callipso na década de 80 uma busca minuciosa que não resultou em nada a não ser um belo documentário sobre o mar.

Com o passar dos anos surgiram inúmeras seitas religiosas e pessoas que em transe pregam receberem informações sobre a localização da Atlântida. Essas pessoas costumavam fornecer dezenas de dados de como era a vida dos habitantes de Atlântida e suas crenças. Um dos escritores, teosóficos que fez descrições sobre o continente desaparecido foi W. Scott-Elliott, que teve seu livro publicado em 1893. Nele ele dizia que prevendo o cataclismo, alguns atlantenenses fugiram para o Egito, a fim de preservar os documentos de sua cultura, estes que um dia seriam reencontrados, talvez dentro de alguma tumba egípcia, revelando o segredo do povo perdido no mar.

Outra pessoa que contribuiu para a proliferação do mito atlante nos dias atuais foi Helena Petrovna Blavatsky, fundadora da Sociedade Teosófica, em seu livro Secret Doutrine, publicado no Brasil com o título A Doutrina Secreta, Blavatsky, conta algumas das sabedorias que aprendeu através da língua esquecida dos atlantes, inclusive o domínio da mente sobre a matéria.

Revistas como a Atlantis, publicadas por entidades como Sociedade de Estudos Atlanteanos, na Europa ainda estudam o mito à procura de provas e evidências que possam levar ao paradeiro do continente.

 Um lugar que se existiu, foi algo sem precedentes na história da humanidade. Fonte de inspiração para muitos escritores e diretores de cinema. Base para a formação de novas religiões e seitas.  Motivo de aventura para inúmeros pesquisadores que com seu sonho e idealismo procuram descobrir a verdade que pode estar encoberta a muitos milênios sobre as profundezas do oceano.

Wendell Stein, é jornalista, escritor e cineasta. E-mail wendellstein@me.com

---

---