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Publicado em 13/06/2022 as 12:00pm

JULIO CÉSAR, UM ESTILISTA BRASILEIRO EM NOVA YORK

Júlio César tem um perfil diplomático externa seu estilo humano de ser quando demonstra seu...

JULIO CÉSAR,  UM ESTILISTA BRASILEIRO EM NOVA YORK Julio César é designer de modas, tem ateliê em Nova York e em Natal, no Brasil, Foto.Juan Ripoll

Júlio César tem um perfil diplomático externa seu estilo humano de ser quando demonstra seu respeito e sensibilidade pelos outros. Estilista brasileiro, com ateliê em Nova York, revela a sua paixão pelo Brasil por meio do seu trabalho. “Eu trabalho no Brasil, as minhas coleções são feitas no Brasil, são fotografadas no Brasil com modelos brasileiras”.

O estilista é natural de Mossoró, no Rio Grande do Norte, morou em São Paulo antes de alçar voos para o mundo. Em seu currículo profissional, consta que já trabalhou no departamento de pesquisa da Folha de São Paulo e para o fã clube “Ovelha Negra”, da Rita Lee. Também morou em Londres e atualmente pode se dar ao luxo de trabalhar em Nova York e no Brasil. Júlio tem o melhor dos dois mundos!

“Adoro morar em Natal, lá eu tenho um sítio com cachorro, gato, bode, cabra...É uma vida bem interessante e diferente da vida de Nova York, sempre que preciso voltar, fico um pouco melancólico, meio que não querendo vir. Quero ficar no Brasil, mas como tenho este trabalho aqui, preciso continuar”.

Reconhecido por sua peculiar habilidade, o designer de moda realiza projetos de artistas tanto nos EUA quanto no Brasil. “Adoro trabalhar com a Lia de Itamaracá, (ele se refere à mais célebre cirandeira do Brasil). É uma das poucas pessoas que nem preciso conversar com ela. Tudo que faço fica belo nela. Geralmente quando faço uma peça para as pessoas, sempre é necessário fazer algum ajuste, mas para a Lia, não, nunca foi preciso ajustar as roupas dela, tudo cai muito bem. Ela tem uma espiritualidade que me guia. Quando estou fazendo uma roupa para ela, eu penso que mesmo se eu fechar os olhos a roupa sai certa, porque a energia dela é muito envolvente. Também fiz trabalho para o Martinho da Vila e tive muita liberdade com ele, fiz para a cantora Tereza Cristina. E agora estou fazendo com a Sônia Guajajara que é uma pessoa importantíssima na luta pelos direitos indígenas e a proteção da Floresta Amazônica. Foi muito bom trabalhar com a Sônia, ela se divertiu durante o trabalho, fiquei muito feliz com o resultado”.

Na semana em que Sônia Guajajara veio a Nova York receber o prêmio da revista Time, por ser uma das 100 personalidades mais influentes do mundo, a equipe da ativista entrou em contato com Júlio César para ele realizar um trabalho de moda com ela. O estilista se sentiu lisonjeado porque  nutre especial interesse pelas questões indígenas e a defesa do meio ambiente, em particular, da floresta Amazônica, que são as bandeiras de Guajajara.

Influência com o mundo da moda: O contato com o mundo da moda surgiu em sua infância. Os pais de seu melhor amigo eram costureiros e considerados os melhores da cidade de Mossoró. Júlio conta que, na época, ele e seu amigo passavam o dia fazendo mandados para os costureiros, iam comprar linhas e botões de distintas cores e aviamentos para as costuras. “Nessa época, eu prestava muita atenção como se faziam a modelagem, foi aí que comecei a aprender, eu registrava isso em minha memória, mas não sabia que um dia usaria esse conhecimento, até que muitos anos depois, estava morando em Londres e trabalhava em um restaurante e eles fizeram uma festa de Halloween e me pediram para eu ir vestido de Drácula. Na época, não tinha dinheiro para comprar a roupa, então comprei o tecido e eu mesmo confeccionei a minha fantasia, grampeei a roupa, já que não tinha máquina de costura, a roupa parecia que estava costurada, foi aí que percebi que já tinha este conhecimento e que só precisava aperfeiçoar”.

Por questões pessoais, Júlio mudou-se para a capital cultural do mundo. Em Nova York estudou moda, fez modelagem, mas ele já trabalhava para o ramo em uma empresa, onde trabalhou com o famoso designer holandês Koos Van Den Akker, conhecido por confeccionar os suéteres do famoso ator comediante Bill Cosby. Julio César nos conta que nessa empresa foi treinado a melhorar o que já sabia. “Na Folha eu fui treinado a recortar jornais para fazer clipping. Depois eu fui cortar tecidos para modelagem, mas na minha cabeça tudo era muito parecido. Trabalhei para eles durante 20 anos, até que o dono faleceu e eu abri meu próprio ateliê. Na verdade, eu já tinha o meu ateliê, mas passei a trabalhar mesmo depois que ele faleceu. Também abri um ateliê no Brasil, no Rio Grande do Norte. Atendo o público do Brasil inteiro”.

Atualmente Júlio César tem contrato com uma empresa chamada “Vogue Patterns” especializada em modelagem. A pessoa pode comprar a sua modelagem para fazer a peça em casa, ou contratar uma costureira para confeccionar. No momento ele é o único brasileiro nesta empresa. Assina as peças como Júlio César American Designer, porque ele também é um cidadão americano.

O estilista é natural de Mossoró, no Rio Grande do Norte

Visão política e social:  

Ao ser questionado sobre como imprime a sua posição política em seu processo de trabalho, Júlio responde de maneira bem elegante: “A escolha das minhas modelos e da minha equipe de trabalho já revela de que lado eu estou.  Meu posicionamento político se revela com quem eu me associo: A equipe da Sônia me contactou perguntando se eu gostaria de fazer um trabalho com ela e eu topei de imediato porque eu sou a favor dos indígenas. Eu preciso acreditar no trabalho da pessoa para me associar a ela. Você precisa estar do lado que você acredita que seja o lado do bem”.

Júlio César é discreto e não aprecia a agressividade, mas nem por isso fica à margem das questões políticas e sociais: “A minha mãe era negra, pobre, ela teve uma educação escolar não completa. A minha mãe passou a vida inteira na pobreza extrema e ela morreu de COVID, e quando as pessoas me perguntam do que ela morreu? Eu falo que foi de pobreza crônica. Porque isso é uma realidade, ela era escrava de um sistema. E eu luto contra isso”. Quando Júlio coloca a própria mãe como exemplo ele quer dizer que, mesmo que as condições econômicas dela tenha melhorado, o contexto social no qual ela viveu era de extrema pobreza, não é o suficiente que apenas a mãe dele tenha acesso a bens de consumo, o que enriquece a sociedade são as condições socioeconômicas de todo o seu entorno. Por isso, a afirmação de que a mãe morreu de pobreza crônica. É uma crítica social.

A paixão pelo trabalho no mundo da moda está no brilho dos seus olhos, mas o estilista aproveita a oportunidade para denunciar a desigualdade existente em seu campo profissional: “Existem pessoas que ainda não tem o devido espaço que deveriam ter por direito”. Eu também faço parte desse grupo. Aqui nos Estados Unidos eu sou brasileiro, imigrante. Para um estilista do meu porte, a chance de sair nas grandes magazines é mínima. Modéstia à parte, mas eu faço um trabalho muito interessante, rico em detalhes e feito com muito amor. A gente quer ter oportunidade, assim como existem muitos modelos que não estão tendo oportunidades”.

Em suas palavras finais, Júlio conta com entusiasmo sobre seu projeto itinerante dentro do Brasil. Ele viaja com a sua equipe por diversas regiões centrais e periféricas, visitando lugares exóticos e explorando o que o Brasil tem de melhor, que são as suas belas paisagens. Ele combina seu designer de moda com o designer da paisagem brasileira: O verde das florestas, o azul do mar, o rústico sertão, o glamour da arquitetura dos grandes centros e a mais sutil beleza escondida nas favelas. Tudo isso combina com a sua paleta de cores.

Júlio César expressa a sua gratidão à equipe que atuou com ele na realização do trabalho com a indígena Sônia Guajajara, o fotógrafo nigeriano Leonard Okpor  e a maquiadora  brasileira  Nilciane Mendes.

Descrição do look: A jaqueta é feita com colagem, uma das especialidades Do designer Júlio César, é como o seu trabalho é mais conhecido aqui nos EUA. Ela é feita com sobras de vários tecidos de luxo como brocado, silk dupioni,  tafetá de seda, tecido africano da Vlisco (empresa holandesa que produz as estampas africanas vendidas na África), algodão, fios de tricô em acrílico e o forro é tafetá do Raplh Lauren. o fundo preto com brilho é um tecido  feito com fitas cassete, é chamado Sonic Fabric.

 



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Fonte: Eliana Marcolino

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