Webinar na Britcham discute mercado de carbono no Brasil

Com a presença de Marcelo Donnini, Secretário Adjunto do Ministério do Meio Ambiente, e Eduardo Bastos, CEO da MyCarbon, encontro debateu o decreto que institui o Sistema Nacional de Redução de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SINARE)

Em 19 de maio de 2022, foi publicado o Decreto Federal nº. 11.075/2022 que institui o Sistema Nacional de Redução de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SINARE) e estabelece o procedimento para elaboração dos Planos Setoriais de Mitigação das Mudanças Climáticas.

O Decreto definiu conceitos importantes como: crédito de carbono, crédito de metano, compensação de emissões de gases de efeito estufa e unidade de estoque de carbono.

Para debater esse importante avanço na regulamentação brasileira, a Câmara Britânica de Comércio e Indústria no Brasil convidou Marcelo Donnini, Secretário Adjunto da Secretaria do Clima e Relações Internacionais do Ministério do Meio Ambiente, e Eduardo Bastos, CEO da MyCarbon, para uma troca de ideias em torno do tema, de extrema relevância para a Britcham, cujas ações vão sempre em direção a políticas ESG e de sustentabilidade.

Marcelo Donnini iniciou o webinar frisando que esse decreto representa o ‘’máximo de avanço possível, quando o poder executivo foi até o limite no tema do Mercado de Carbono no Brasil’’. O secretário lembrou que até que o Decreto fosse publicado, em 2022, foram 13 anos de regulamentação em torno de um tema complexo, técnico, polêmico e multidisciplinar. ‘’Esse Decreto empurra e fomenta a agenda em torno de um mercado de carbono em nosso País’’, arrematou.

Já Eduardo Bastos disse que o mercado de carbono comemora o Decreto, mas que ainda há um longo caminho a ser percorrido em termos de legislação. ‘’Precisamos de mais leis, mas duvido que isso aconteça ainda nesse mandato executivo. Creio que essas leis começarão a ser desenhadas em 2023’’.

Para ele, o momento é muito propício, pois empresas e países estão querendo cada vez mais um caminho de descarbonização total. E frisou que o mercado de créditos de carbono gerou US$ 2 bilhões até 2021 e tem potencial de gerar US$ 100 bilhões até 2030. Já o mercado regulado, segundo Bastos, guarda potencial de gerar US$ 1 trilhão até 2030. ‘’O Decreto é apenas o primeiro passo’’, disse.

Para o secretário Donnini, esse avanço do Decreto, com o SINARE, ‘’possibilita uma cadeia e um ecossistema de negócios e novos atores que vêm suprir lacunas dentro desse mercado que tanto pode se desenvolver’’.

Eduardo encerrou o debate afirmando que o carbono já é uma espécie de commodity. ‘’Hoje já temos três grandes movimentos de bolsas globais de mercado de carbono, uma em Nova York, puxada pela Nasdaq, em Dubai, e outra em Cingapura, que fica perto da China, país responsável por 1/3 das emissões globais de carbono do Planeta Terra e que com certeza, em 10 anos, será o maior comprador de carbono’’.

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