Publicado em 21/09/2022 as 3:00pm
Presidente da Conferência dos Bispos Católicos dos Estados Unidos pede reforma imigratória
Falando aos fiéis antes da Semana Nacional da Migração, o arcebispo José Gomez, de Los...
Falando aos fiéis antes da Semana Nacional da Migração, o arcebispo José Gomez, de Los Angeles (Califórnia), incentivou uma oração por uma sociedade que tenha “solidariedade e compaixão” que sirva melhor aos “pobres e menos favorecidos”. Em sua preleção, ele disse: “Meus irmãos e irmãs, mais uma vez somos chamados a ajudar nossos vizinhos e líderes a sentir compaixão pela humanidade e destino comuns que compartilhamos uns com os outros, incluindo nossos irmãos e irmãs imigrantes”.
Ele destacou, ainda, que é “preciso continuar orando pela nação e trabalhando duro pela reforma nas leis de imigração e lembrar de manter as vidas centradas em Jesus”.
Gomez, presidente da Conferência dos Bispos Católicos dos Estados Unidos, fez os comentários durante sua homilia em uma missa na tarde do dia 18, para comemorar o início da Semana Nacional de Migração da Igreja Católica dos EUA, que vai até 25 de setembro.
Antes da Missa, realizada na Catedral de Nossa Senhora dos Anjos, em Los Angeles, 50 líderes de ministérios foram homenageados por seu trabalho e apoio aos imigrantes e suas famílias. Estiveram presentes líderes cívicos e diplomáticos, incluindo os cônsules do México e da Guatemala.
Gomez celebrou a Missa, e foi acompanhado por clérigos das Dioceses de San Bernardino, Orange e San Diego.
Durante a homilia, Gomez lamentou que o sistema de imigração do país não seja abordado há décadas, dizendo que “é preciso orar mais pelos funcionários e legisladores do governo”, sem nunca perder a esperança de que a reforma da imigração possa ser realizada.
A Semana Nacional de Migração deste ano ocorre em meio a uma crise de imigração em andamento nos EUA. Dados do Departamento de Alfândega e Proteção de Fronteiras (CBP, sigla em inglês), mostram recordes de detenções de imigrantes que tentaram entrar no país através da fronteira com o Mexico.
Bispos dos EUA e líderes católicos de imigração este ano pediram consistentemente uma reforma abrangente da imigração do Congresso e a eliminação de políticas de dissuasão na fronteira, principalmente o Título 42, que limita os direitos legais dos imigrantes de buscar asilo.
Eles também pediram um caminho para a cidadania para os aproximadamente 611 mil Dreamers – imigrantes indocumentados que chegaram aos EUA quando crianças – e para que o governo Biden re-designe a Venezuela e a Síria para Status de Proteção Temporária (TPS, sigla em inglês), citando as crises humanitárias em curso que existem em cada país.
Outro apelo foi para a aprovação de uma legislação federal que daria aos afegãos recém-chegados a oportunidade de se tornarem residentes permanentes legais, o que beneficiaria mais de 80.000 refugiados que se estabeleceram nos EUA desde agosto passado, quando o Talibã assumiu o controle do Afeganistão.
Em uma declaração de 16 de setembro antes da Semana Nacional de Migração, o bispo auxiliar Mario Dorsonville, de Washington, presidente do comitê de migração da USCCB, destacou os imigrantes nos EUA, incluindo Dreamers, afegãos, ucranianos que fogem da guerra, beneficiários do TPS e trabalhadores agrícolas indocumentados e seu “importante papel” na “construção do futuro” dos Estados Unidos.