Publicado em 25/10/2022 as 1:00pm
Nova geração de autores conquista espaço na literatura brasileira
Com as várias modernidades que surgiram nos últimos anos, o mercado editorial ganha novos contornos com a pluralidade de obras e autores que são lançados mensalmente
Da redação
O Brasil é um país composto por diversidade, e na literatura não é diferente. Com as variadas tecnologias e possibilidades, o mercado editorial está cada vez mais inclusivo e abrangente, consequentemente conquistando novos leitores; tendência preciosa para um território em que 48% da população não possui hábito da leitura regular, segundo a pesquisa do “Retratos da Leitura no Brasil”, em 2020 .
Algumas pessoas arriscam em pontuar que a forma como os educadores apresentam obras literárias, muitas das vezes clássicas, em alunos podem causar desinteresse dos adolescentes, mas independente dos motivos, é quase impossível dizer que a literatura brasileira é ruim.
Apesar dos números de leitores caírem a cada pesquisa, os dados do “Retratos da Leitura no Brasil (2020)” apontam que a faixa etária que possui maior hábito com esta arte vai da infância até a adolescência, especificamente entre os 5 e 18 anos de idade.
Nos últimos anos, jovens autores surgem na literatura conectando com jovens leitores e contribuindo gradativamente para o mercado. “Desde criança tive contato com a arte, inicialmente me encontrei no teatro e logo me vi estreando na literatura lançando o meu primeiro livro durante a Bienal Internacional do Livro do Rio, em 2019”, Amanda Aquino é um grande exemplo de autora que iniciou muito nova e acompanhou o progresso do mercado editorial no país.
"Há alguns anos, pessoas mais novas comentando sobre o universo literário não era tão frequente, por isso, antes de iniciar a minha carreira como escritora cogitei em lançar minhas obras utilizando o nome da minha mãe, já que eu ainda era menor de idade", a artista só descobriu que podia publicar sua obra “Trono de Fogo” quando assistiu aos vídeos da autora Jadna Alana no YouTube, a qual informava como conseguiu lançar seu primeiro livro antes de completar 18 anos de idade.
Amanda Aquino passou por diversas barreiras aos 15 anos quando estreou na literatura, suas inseguranças em torno do que os leitores achariam da história eram altas. Porém, hoje, a artista afirma que essa experiência foi positiva para sua carreira. “Estou segura do meu recente lançamento ‘Aos Olhos de Osko’, o processo de confiar no meu dom de escrita foi doloroso e preocupante, mas hoje sei como lidar com as possíveis críticas e encarar como aprendizado”.
“Acho que os autores estão ficando cada vez mais novos, e levando mais em consideração as questões que estão em evidência na produção dos livros, o que faz com que mais pessoas se identifiquem nas histórias e personagens. Acredito que o mercado está mais diversificado e mais aberto para novas ideias do que já esteve antes.”, conclui a artista.
Durante a pandemia de Covid-19, Amanda Aquino participou do concurso cultural em formato de curso preparatório para jovens autores de até 16 anos organizado pelo Grupo Editorial Coerência. Dividindo conhecimento com os outros palestrantes, como Giovanna Vaccaro, Felipe Dantas, Gabriela Costa e Luiza Freire de Menezes, a artista ficou responsável pelas pautas relacionadas à construção de personagens.
Atualmente com 18 anos, Yasmin Sampaio foi a vencedora do concurso e lançou “O universo e suas cores” pelo selo LollyPop, do Grupo Editorial Coerência.
Existe esperança
Desde a última década e meia, o mercado editorial brasileiro sofre com grande crise que reflete no faturamento das livrarias, e-commerce e entre outros meios de comercialização de obras. Segundo os dados levantados pela "Série Histórica da Pesquisa Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro", realizada pela Nielsen BookData em parceria com o Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL) e com a Câmara Brasileira do Livro (CBL), houve a queda de 39% desde 2006.
Apesar da crescente e preocupante propensão do faturamento no mercado, existe uma luz no fim do túnel que ascende a esperança dos profissionais literários, principalmente após o aumento considerável do hábito da leitura durante e após a pandemia de Covid-19.