Por falta de recursos, milhares de imigrantes são retirados de abrigos e colocados nas ruas de El Paso (Texas)

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A cidade de El Paso, Texas, ponto crítico da crise imigratória nos Estados Unidos, ficou sem dinheiro e está tão sobrecarregada que libertou 1.000 imigrantes para se defenderem sozinhos em novembro. Eles saíram dos abrigos e foram colocados em situação de rua. Mesmo assim, o prefeito Oscar Leeser se recusa a ceder à pressão e declarar estado de emergência.

De acordo com as informações, a cidade do Texas se tornou o marco zero da crise imigratória, com mais de 53.000 imigrantes entrando nos Estados Unidos somente em outubro. Ela se tornou a passagem d mais movimentada na fronteira do país.

O número de pessoas deve disparar em três semanas, quando o Título 42 – uma restrição da era pandêmica que permite que as autoridades recusem a entrada de muitos imigrantes com base em temores médicos – expirar em 21 de dezembro.

As estimativas chegam a 18.000 pessoas entrando nos Estados Unidos todos os dias.

Em El Paso, mais de 5.000 pessoas estão sendo processadas e liberadas para o interior do país a cada semana, após serem colocadas em abrigos temporários. Uma vez cheios, a cidade não tem outra opção a não ser liberar os migrantes que não têm onde ficar.

El Paso fechou seu centro de acolhimento para imigrantes e programa para transportar pessoas para outras cidades depois de usar US$ 9,5 milhões de seu próprio dinheiro, dizendo que não gastará nem mais um centavo até que o governo federal os reembolse. Mas, cientes do aumento que se aproxima, os vereadores se juntaram a outras autoridades que pedem que a cidade administrada pelos democratas declare uma emergência - o que a abriria para financiamento e recursos adicionais do governo estadual e federal. “Uma declaração de estado de emergência nos colocaria em uma posição melhor para não termos que absorver tanto dos custos à medida que a chegada de mais imigrantes continua”, disse o gerente da cidade de El Paso, Tommy Gonzalez ao prefeito Oscar Leeser.

Sem intervenção da cidade ou dos governos federais, Rodriquez prevê que os imigrantes acabarão dormindo nas ruas, novamente em barracas, como fizeram em setembro, quando um congressista descreveu El Paso como um país do terceiro mundo.

O condado de El Paso está atualmente operando um centro de processamento para ajudar os imigrantes que entram no país e têm dinheiro e um destino, com planos de viagem dentro dos EUA

Em nível nacional, o presidente Biden não anunciou nenhum plano ou solução para quando terminar o Título 42, que foi usado para expulsar até 40% dos imigrantes que tentaram cruzar a fronteira.

Quatro senadores democratas - Mark Kelly e Kyrsten Sinema, do Arizona, Maggie Hassan, de New Hampshire, e Jon Tester, de Montana – destacaram suas preocupações sobre o que acontecerá depois de 21 de dezembro, quando o Títlo 42 expirar.

Em uma carta divulgada no início desta semana, eles escreveram: “Expressamos preocupação com os preparativos do Departamento de Segurança Interna para o fim do Título 42, especialmente porque a situação se deteriorou. Detenções recordes levaram a situações insustentáveis. No Arizona, os abrigos foram forçados muito além da capacidade… Isso não é seguro e cria uma situação perigosa para imigrantes e comunidades”.

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