Ex-agente da Patrulha de Fronteira acusado de agredir sexualmente uma menor foi flagrado fazendo ameaças à vítima

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Um ex-agente do Departamento de Alfândega e Proteção de Fronteiras dos Estados Unidos (CBP, sigla em inglês) que foi acusado de sequestrar e várias vezes abusar sexualmente de uma menina de 15 anos no Arizona foi flagrado em um vídeo dizendo o que parece ser uma ameaça.

De acordo com as informações, Aaron Thomas Mitchell, 27, fez o comentário incriminador após sua prisão em abril, quando detetives locais o deixaram sozinho em uma sala de interrogatório sem desligar o gravador de vídeo. “Eu não posso acreditar nisso”, disse o acusado, que trabalhou para o CBP por 10 meses e é filho de dois policiais aposentados da Flórida.

Na gravação ele pode ser ouvido falar: “F------- pequena b—-. B ---- está alegando estupro. Isso é tão louco. Isso é loucura, cara. É melhor ela torcer para que eu não saia daqui”.

Os defensores públicos federais de Mitchell admitem que ele “resmungou”, mas insistiram nos documentos do tribunal que não há evidências de que essa fosse uma ameaça genuína. “No contexto, ficou claro que ele estava chateado e ainda processava o fato de estar preso”, disseram eles. “De fato, quando liberado no Arizona por duas semanas antes de retornar à Flórida, ele não fez nada para entrar em contato com a suposta vítima ou sua família”, acrescentaram.

 

Mitchell, que havia sido indiciado em abril por 18 acusações estaduais, agora enfrenta três acusações federais: violação dos direitos civis por agredir sexualmente uma menor; sequestro de menor; enganar investigadores estaduais, de acordo com uma acusação emitida pelo Departamento de Justiça.

Se condenado pelas acusações federais, Mitchell pode pegar de 20 anos a prisão perpétua, uma multa de US$ 250.000 e pode ser colocado em liberdade condicional supervisionada pelo resto de sua vida.

Ele foi condenado a permanecer sob custódia até seu julgamento. Quando foi indiciado pelas acusações estaduais meses antes, pagou fiança e foi autorizado a morar na casa de seus pais, em Miami, sob monitoramento eletrônico. Depois foi levado de volta à custódia em agosto, quando foi indiciado federalmente por sequestro de menor, após o que um juiz ordenar que ele deve permanecer detido.

“Se Mitchell foi ousado o suficiente para sequestrar uma garota perto de sua escola, depravado o suficiente para agredi-la violenta e sexualmente, astuto o suficiente para se livrar de evidências incriminatórias e descuidado o suficiente para ameaçá-la enquanto estava sob custódia da polícia, então nenhuma das condições de libertação propostas garantiria a segurança da comunidade e da vítima”, argumentaram os promotores em documentos judiciais.

Mitchell trabalhava para o CBP em um posto de fronteira em Douglas, Arizona, de acordo com os documentos do tribunal. A agência apenas confirmou que ele não está mais empregado no departamento.

“Não toleramos corrupção ou abuso dentro de nossas fileiras e cooperamos totalmente com todas as investigações criminais ou administrativas de suposta má conduta de qualquer um de nossos funcionários, quer ocorra em ou fora de serviço”, diz um comunicado da agência.

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