Amazonense é expulsa de universidade nos EUA após ficar internada por surto depressivo

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A história da amazonense Hannah Neves, 23 anos, foi um dos assuntos mais comentados nas redes sociais de brasileiros que vivem nos Estados Unidos, principalmente no estado de Connecticut. Isso porque ela foi expulsa da Yale University, na cidade de New Haven, após ficar internada em fevereiro de 2019 por conta de uma overdose de aspirina durante um surto depressivo.

De acordo com as informações compartilhadas pelos familiares e amigos, a expulsão motivou um processo judicial, onde a universidade é acusada de discriminação com problemas de saúde mental. A ação não pede retorno financeiro, mas mudança nas regras da instituição educacional

O processo está disponível nos registros eletrônicos da Suprema Corte dos EUA e detalha a expulsão da amazonense.

A brasileira começou a estudar em Yale em setembro de 2018 e na época, morava no dormitório da instituição. Ela começou a apresentar sintomas de depressão e chegou a procurar terapia oferecida pela universidade. Como não conseguiu vaga, foi obrigada a buscar atendimento particular.

Em fevereiro do ano seguinte, durante o tratamento, ela sofreu uma overdose de aspirina, foi socorrida por um amigo e levada ao Yale New Haven Hospital, unidade de saúde da instituição.

Hannah passou duas semanas internadas e durante esse período, sem acesso ao celular, recebeu a visita do reitor da faculdade e outros dois funcionários da instituição. Eles tentaram convencer a brasileira a desistir do curso por causa da depressão. "Falaram que 'ficaria ruim' se ela fosse retirada involuntariamente", diz a denúncia.

A brasileira disse que não tinha intenção de desistir e que queria concluir o curso que terminaria neste ano,

Após receber alta, Hannah viu um e-mail enviado pela universidade cinco dias antes informando que ela tinha sido expulsa da instituição. Além disso, a direção da instituição deu o prazo de 72 horas para que ela retirasse os pertences do dormitório onde morava, acompanhada de um policial do campus.

Mostrando um total desprezo com a situação da brasileira, a universidade não permitiu que ela se despedisse dos amigos dentro do campus e autorizou apenas a entrada da mãe dela, para ajudá-la na retirada dos itens do dormitório.

Isso causou um trauma enorme e a denúncia diz que a estudante ficou com receio de procurar apoio de saúde mental e ser sujeita novamente às políticas e práticas discriminatórias da universidade.

Com a expulsão, a brasileira perdeu o visto de estudante e teve apenas 15 dias para retornar ao Brasil. Caso contrário, seria considerada ilegal no país. Hannah ainda perdeu parte da mensalidade que havia pago e a cobertura de um seguro.

A amazonense voltou para o Brasil em 2019.

Durante o período em solo brasileiro, a estudante se dedicou para recuperar a vaga em Yale. Ela ainda tentou retornar no semestre seguinte, mas, de acordo com o processo, foi impedida pela instituição sob exigência de cumprir algumas normas.

Após cumprir os requisitos de Yale, a amazonense retornou à universidade em 2021 e deve se formar em Arte e História da Arte em 2023.

De acordo com o processo, desde então, Hannah tem dedicado o seu período na universidade para ajudar colegas de reintegração, fornecendo informações e orientações, que segundo o processo, a estudante não recebeu de Yale.

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Fonte: Da redação