Publicado em 8/02/2023 as 12:00pm
Em Oklahoma, futura astronauta brasileira está a caminho de Marte
Luisa vem superando diversos testes físicos intensos rumo ao sonho de chegar a Marte.
O objetivo de vida da estudante carioca Luisa Leão, aos 21 anos, é se capacitar ao máximo para estar entre os primeiros humanos a explorar Marte. Aluna do segundo semestre de Engenharia Aeroespacial no IIAS (International Institute for Astronautical Sciences), em Oklahoma, nos EUA, ela está no caminho certo. Afinal, esse curso é um treinamento certificado para formar candidatos a astronauta.
Luisa vem superando diversos testes físicos intensos rumo ao sonho de chegar a Marte.
“Um deles foi a hipóxia, que se trata da exposição a CO2 para simular casos de emergência. Fui colocada em uma câmara com simuladores de voo e altitude, que, aos poucos, foi retirado o oxigênio disponível. O objetivo desse teste foi analisar minha habilidade de pilotar uma aeronave em caso de privação de oxigênio. Além disso, os médicos aeronáuticos analisaram meus sintomas de intoxicação por CO2 - que variam bastante de pessoa para pessoa - para que em uma emergência eu saiba reconhecer o surgimento desses sintomas e agir proativamente”, relembra a futura engenheira.
Nessa simulação, a brasileira permaneceu sob controle estável da aeronave até o nível de 61% de oxigênio no sangue.
“A nível de comparação, durante a pandemia da COVID-19, a CDC (Agência Americana para Controle de Doenças) considerou que 90% seria a porcentagem que já representava risco à vida e deveria levar à entubação”.
Outro treinamento físico intenso foi a exposição a valores elevados de gravidade (High-G) e à gravidade zero (Zero-G). Através do voo acrobático, valores de até 5G foram atingidos.
“A sensação de sentir seu corpo 5 vezes mais pesado por um tempo, e imediatamente depois sentir completamente nenhum peso (em gravidade zero), é indescritivelmente desafiadora, e incrível. Também foi nessa ocasião que aprendi a pilotar o monomotor EA-300”, recorda.
Além de testar seu desempenho pilotando uma aeronave sob privação de oxigênio e sob um valor alto de aceleração gravitacional, a brasileira também passou por uma simulação de pilotagem usando traje espacial.
“O traje para IVA (intravehicular activities) possui diversas camadas, é pesado e limita o movimento corporal consideravelmente, tornando a tarefa de pilotar bastante desafiadora”.
Gratidão ao Franco
Um pouco antes de começar a realizar sonhos na América, Luisa teve uma vivência marcante no Colégio Franco-Brasileiro, no Rio de Janeiro:
“No Franco, uma coisa que foi muito especial para mim, e acredito que seja o seu maior diferencial, é que, além do ensino de qualidade, também nos foi proporcionado um acompanhamento pessoal, com a preocupação de formar indivíduos íntegros, e auxiliar os estudantes a se encontrarem na sua jornada. Eu entrei no colégio como uma pessoa, e saí uma outra completamente diferente. Durante os 3 anos tive apoio incondicional do colégio, e acesso a oportunidades extracurriculares de muita importância”, destaca.
Em 2018, quando ganhou a bolsa para o National Flight Academy, Luísa recebeu todo apoio do Franco em relação ao custeio das passagens, do visto, passaporte e acompanhante. “Durante os 3 anos que fui aluna do Franco recebi apoio incondicional, e acesso a oportunidades extracurriculares de muita importância. Fui bolsista no Franco e ter um colégio tão bom me acolhendo e investindo em mim mudou minha vida. Sou extremamente grata por poder experimentar tudo isso”.
Colhendo os frutos
Luisa vem colhendo os frutos de tanta dedicação. Aprovada nos testes físicos, ela também foi testada academicamente. Durante um mês a brasileira estudou na Florida Tech (FIT) com profissionais reconhecidos na área, doutores em diversos campos da astronáutica. As lectures ensinavam desde como operar equipamentos de suporte a vida na estação espacial (ISS), até preparação para os efeitos fisiológicos do voo espacial. Ao fim do período de lectures, um exame contendo todos os tópicos abordados foi aplicado, no qual eu passei e pude finalmente me formar uma candidata a astronauta.
Nesse período na Flórida, a brasileira foi selecionada pela NASA para participar do lançamento do foguete SLS (Space Launch System) para a primeira missão Artemis - que levará a humanidade de volta à Lua, e posteriormente a Marte. Ela esteve nos primeiros quilômetros dos milhões que o SLS percorrerá em sua jornada.
Um passo importante rumo ao sonho de chegar em Marte.
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