Publicado em 13/03/2023 as 9:00am
Família diz que polícia que matou brasileira na Califórnia nega informações
Gleise foi encontrada pelos policiais em uma trilha perto de sua casa e foi morta.
A modelo brasileira Gleise, de 30 anos, que foi morta pela polícia na Califórnia, morava nos Estados Unidos havia oito anos. Ela manteve um relacionamento com Daniel, um ex-militar. De acordo com ele, o casal tinha terminado o namorado, mas moravam na mesma casa como amigos.
Daniel contou que ele e Gleise tiveram uma discussão em casa e que, depois disso, ela saiu de carro .
Minutos depois, Daniel disse que percebeu que a namorada tinha levado a arma dele, ele chamou a polícia.
Gleise foi encontrada pelos policiais em uma trilha perto de sua casa e foi morta. Apesar da polícia alegar que ela atirou primeiro, tanto Daniel quanto a família que vive no Brasil discordam.
Maria, irmã de Gleise, disse que a polícia a matou injustamente. Elas são naturais de Porto Real do Colégio, Alagoas, e decidiram sair da sua terra natal para “ganhar a vida”.
Maria se mudou para São Paulo e Gleise foi para os Estados Unidos em 2016. Mesmo à distância, as duas sempre mantiveram contatos. “Ela sempre ligou para saber como nós estávamos. Eu até conheci o Daniel através de uma vídeo-chamada”, disse acrescentando que a irmã estava prestes a voltar ao Brasil.
A família não fala inglês e não tem condições financeiras de enviar alguém aos Estados Unidos para acompanhar o caso. Já Daniel disse que os policiais se negam a lhe passar qualquer informação porque ele não era casado com Gleise. Ele destacou que enfrenta uma mistura de medo com tristeza, pois mesmo separados, o amor entre eles não tinha acabado.
Daniel disse que no dia da tragédia, os dois brigaram e ela saiu de casa. Quando percebeu que ela tinha levado uma arma, ligou imediatamente para a polícia e disse que ela não érea perigosa. Ele também disse que era precisa uma equipe de operações especiais para lidar com o caso. Mas 15 minutos depois, policiais chegaram à sua residência e lhe informaram que a brasileira havia sido morta.
A irmã de Gleise disse que tentou ajudar junto ao governo brasileiro, através do consulado, mas “o órgão não ajudou em nada”. De acordo com ela, não houve nenhuma ação da repartição consular para tentar descobrir o que realmente aconteceu e tampouco prestar apoio aos familiares. “Só queremos justiça”, disse.
De acordo com algumas informações que chegaram à redação do BT neste final de semana, um advogado com apoio de organizações dos direitos humanos vai abrir um processo para entender o que aconteceu me responsabilizar os culpados pela morte.
Uma campanha para ajudar a levar o corpo ao Brasil foi aberta no site GoFundMe com o objetivo de arrecadar a quantia de US$ 20 mil. De acordo com a ativista Marla Rabello, todo o dinheiro arrecadado vai direto para a Funerária Buonfiglio de Revere (Massachusetts) que está em contato direto com a funerária da Califórnia que fará o translado.
O link para doação é http://bit.ly/3l3klZ1
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