Publicado em 17/03/2023 as 5:00pm
Ex-namorados e amigos contam detalhes sobra caso da brasileira morta pela polícia da Califórnia
Daniel, que é ex-militar do exército, disse que antes da morte, no dia 30 de janeiro, os dois tinham discutido e ela saiu de casa.
Gleise Firmiano, 30 anos, residente em Sugarloaf (Califórnia) foi baleada e morta por policiais, depois de ter sido abordada na região da Maple Hills Trails, perto da Big Bear High School. De acordo com a polícia ela estava com uma arma de fogo e atirou. O caso gerou muita controvérsia, pois familiares e amigos não acreditam na versão dada pelas autoridades.
Daniel Mena, que é ex-namorado de Gleise, disse que os dois se conheceram em uma academia local em 2021 e começaram a namorar. Mas com o passar do tempo, começaram a surgir problemas no relacionamento. Os dois terminaram e reataram ao longo dos anos. “Embora tivéssemos nossos problemas, ainda vivíamos juntos e estávamos seguindo em frente”, disse ele em entrevista para o repórter invesatigativo Thathyanno Desa. “Eu ainda a amava e cuidava dela”, acrescentou.
Daniel, que é ex-militar do exército, disse que antes da morte, no dia 30 de janeiro, os dois tinham discutido e ela saiu de casa. Em seguida ligou para o 911 para informar a sua preocupação. “Ela pegou o meu carro e saiu, mas nunca havia tentado suicídio e não bebia nem usava drogas”, disse. Ao falar com a polícia, ele relatou que a moça estava arma, mas não era uma pessoa perigosa.
Após serem chamados, os policiais fizeram buscas na área e localizaram o veículo que correspondia à descrição dada por Daniel. Ele estava próximo a um estacionamento da Maple Hills Trails.
Os policiais notaram que o veículo estava desocupado e continuaram a vasculhar a área em busca dela. Em nota, o Departamento de Polícia disse que “os policiais continuaram a busca nas trilhas e encontraram a suspeito com a arma. Ocorreu um encontro de força letal e ela foi atingida por tiros. Apesar das medidas de salvamento, Gleise foi declarada morta no local”.
Mas Ramon Gomez, um amigo da brasileira, contou outros detalhes sobre o fatídico dia. “Gleise era uma amiga incrível que tinha um coração de ouro! Eu sou realmente privilegiado por tê-la conhecido. Ela era o tipo de amiga que não aguentava vê-lo triste ou para baixo e fazia qualquer coisa para fazer você sorrir. Ela te contava uma piada engraçada ou fazia uma dança boba só para fazer você sorrir e lembrá-lo de que tudo ficaria bem”, disse ele.
Ramo destacou que a brasileira “tinha uma maneira de fazer melhorar o seu dia toda vez que falava com ela”. Ele disse que Gleise gostava de caminhar nas montanhas, fotografar, dançar e malhar. “Ela levava sua saúde muito a sério, então não bebia, nem usava drogas. Ela tinha uma antipatia muito forte por todas essas coisas. Gleise foi uma bênção nesta terra e qualquer um que a conheceu, se tornou uma pessoa melhor por causa dela”, acrescentou.
“Estou aqui para dizer que minha amiga não merecia o que aconteceu com ela. Acredito que ela foi morta injustamente. Ela amava a vida, ela amava as pessoas, ela amava animais e eu sei que ela teria adorado estar viva agora”, continuou.
Ele destacou que a polícia saiu do caminho, andou uma milha inteira antes de encontrá-la e usou força letal para derrubá-la. “O que ela estava precisando era de um tempo sozinha. Ela não pediu que eles estivesse lá. Ela foi à trilha para ficar sozinha e se acalmar e acabou sendo morta”, lamentou indignado.
CAMAPANHA
Gleise era natural de Porto Real do Colégio, Alagoas, e decidiram sair da sua terra natal para “ganhar a vida”. Em 2016 se mudou para os Estados Unidos, mas sempre manteve contato com a família.
Agora, uma campanha para ajudar a levar o corpo ao Brasil foi aberta no site GoFundMe com o objetivo de arrecadar a quantia de US$ 20 mil. De acordo com a ativista Marla Rabello, todo o dinheiro arrecadado vai direto para a Funerária Buonfiglio de Revere (Massachusetts) que está em contato direto com a funerária da Califórnia que fará o translado.
O link para doação é http://bit.ly/3l3klZ1
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