Crise Humanitária: 4.800 famílias imigrantes enfrentam despejo em NY

A cidade de New York (New York) está enfrentando uma crise humanitária à medida que 4.800 famílias migrantes se veem despejadas de abrigos municipais, seguindo um aviso de 60 dias emitido pela administração Adams. Crianças de diferentes partes do mundo, como Venezuela, Gabão e Equador, agora enfrentam a incerteza de não terem um lugar para chamar de lar.

Na terça-feira, dia 09, cenas dolorosas tomaram conta das movimentadas ruas de Manhattan, com um menino de 9 anos da Venezuela arrastando sua mala pela Times Square, enquanto uma menina de 2 anos, proveniente do Gabão, empurrava um carrinho cor-de-rosa cheio de bonecas. Estas foram algumas das primeiras famílias a serem despejadas, buscando alternativas no Roosevelt Hotel ou recorrendo a amigos e familiares fora da cidade.

A administração Adams já havia imposto limites de permanência em abrigos para migrantes solteiros no ano passado, numa tentativa de aliviar a superlotação no sistema. Agora, a extensão dessas restrições para famílias migrantes com crianças, nos Centros de Resposta e Alívio de Emergência Humanitária (HERRCs), está forçando milhares a deixarem seus lares temporários.

Ted Long, Vice-Presidente Sênior de Cuidados Ambulatoriais e Saúde da População do NYC Health + Hospitals, relatou que 40 famílias foram despejadas do Row NYC na terça-feira, marcando o início de uma onda de desalojamentos. Até o momento, a resposta da cidade foi designar quartos no Roosevelt para as famílias, priorizando aquelas com crianças na escola.

A comunidade de migrantes expressa profunda gratidão pela moradia oferecida até agora, mas muitos estão deixando os abrigos em busca de novos lares. Alexander Frias Canario, da República Dominicana, agradeceu à cidade enquanto se preparava para mudar-se para um apartamento no Bronx com sua família. No entanto, a transição está longe de ser fácil para aqueles que enfrentam incertezas sobre o futuro de suas crianças nas escolas e sobre a possibilidade de garantir um novo lugar para morar.

Julia Ntsame, do Gabão, ressaltou as dificuldades de se adaptar a um novo país e cidade, enquanto Mariannis Garcia, da Venezuela, expressou preocupações sobre a falta de orientação da equipe do abrigo sobre os próximos passos na habitação. O controlador Brad Lander anunciou uma investigação sobre a implementação da política de 60 dias, destacando a necessidade de avaliar os impactos, especialmente nas crianças, durante este processo doloroso.

No cenário político, ativistas, educadores e autoridades eleitas se reuniram para condenar a política de notificação de 60 dias da administração Adams, enfatizando que expulsar crianças da escola no meio do ano é uma das piores decisões que se pode tomar. Jumaane D. Williams, Defensor Público da Cidade de Nova York, instou o prefeito Adams a investir em soluções habitacionais de longo prazo, reconhecendo a capacidade da cidade de enfrentar a crise com humanidade e amor.

À medida que essas famílias migrantes enfrentam o desafio de encontrar novos lares e garantir a continuidade educacional de seus filhos, a crise humanitária em Nova York destaca a necessidade urgente de políticas mais abrangentes e compassivas para lidar com a situação dos migrantes na cidade. A estabilidade e o futuro destas crianças migrantes, que encontraram esperança em meio às adversidades, estão agora ameaçados pela política de despejo em andamento.

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Fonte: Da redação