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Publicado em 22/01/2024 as 11:00am

Governador do Texas diz que não mandou policiais atirar nos imigrantes “porque Biden o acusaria de assassinato”

Na semana passada, o governador Greg Abbott, do Texas, causou controvérsias ao afirmar que o...

Na semana passada, o governador Greg Abbott, do Texas, causou controvérsias ao afirmar que o estado tem utilizado todas as ferramentas disponíveis para controlar a fronteira, exceto a ordem para atirar em imigrantes que cruzam ilegalmente.  "A única coisa que não estamos fazendo é atirar nas pessoas que cruzam a fronteira, porque é claro que o governo Biden nos acusaria de assassinato", disse ele durante a entrevista para Dana Loesch, ex-editora do Breitbart News e porta-voz da National Rifle Association.

Essa declaração gerou preocupações renovadas sobre o impacto potencial de sua retórica em relação à imigração.

A discussão surgiu quando Loesch questionou Abbott sobre as medidas que poderiam ser tomadas para proteger a fronteira, até onde o governador poderia agir antes de ser acusado de quebrar a lei. Abbott respondeu destacando o uso de todas as ferramentas disponíveis, incluindo a construção de barreiras fronteiriças e a assinatura de leis que tornam ilegal a entrada no Texas vindo de outro país, com penalidades que envolvem prisão e deportação.

Posteriormente, durante uma coletiva de imprensa na sexta-feira, enquanto discutia uma onda de frio ártico esperada no Texas, Abbott afirmou que na afirmação anterior estava simplesmente delineando as ações que o Texas pode e não pode realizar legalmente em seus esforços para dissuadir a imigração ilegal.

Os democratas do Texas expressaram imediatamente preocupações após a divulgação do comentário nas redes sociais pela Heartland Signal, um site de Chicago associado à estação de rádio WCPT. A representante dos EUA, Veronica Escobar, D-El Paso, respondeu à postagem nas redes sociais, enfatizando que "matar pessoas é inaceitável", e associou a linguagem de Abbott ao trágico incidente em El Paso, onde 23 pessoas perderam a vida em um tiroteio relacionado à retórica de "invasão".

O secretário de Relações Exteriores do México também expressou preocupações, condenando qualquer expressão que encoraje atos violentos e desumanize a comunidade migrante.

Essa não é a primeira vez que Abbott enfrenta críticas por sua retórica em relação à imigração. Antes do tiroteio em massa de 2019 em El Paso, seu comitê de campanha enviou um folheto de captação de recursos que usava termos alarmantes sobre a necessidade de defender a fronteira, mencionando uma suposta "invasão hispânica". Mesmo após reconhecer "erros" e se reunir com legisladores para enfatizar a importância de não utilizar retórica de maneira perigosa, Abbott continuou a empregar termos como "invasão" em seus discursos, incluindo na recente entrevista com Loesch.

Esses comentários recentes ocorrem em meio a uma crescente preocupação sobre a linguagem utilizada por políticos republicanos ao discutir questões de imigração. O ex-presidente Donald Trump, por exemplo, foi criticado por afirmar no mês passado que os imigrantes estavam "envenenando o sangue" da América, palavras que a campanha de Biden comparou à linguagem usada por Adolf Hitler em seu manifesto "Mein Kampf". Trump posteriormente afirmou que não quis dizer as palavras daquela maneira e que não sabia que Hitler as havia dito.

O contexto dessas discussões torna-se ainda mais sensível após um ex-warden de um centro de detenção de imigrantes, Michael Sheppard, ser acusado de atirar em um grupo de 13 imigrantes mexicanos que cruzaram a fronteira Texas-México pelo deserto em setembro de 2022. Um migrante foi morto e outro ficou ferido no incidente.

Abbott, conhecido por sua postura agressiva em relação à fronteira, mobilizou o Departamento de Segurança Pública e a Guarda Nacional para reforçar a segurança. Recentemente, ele obteve $1,5 bilhão da legislatura para construir mais barreiras na fronteira. Em dezembro, assinou uma lei que torna crime estadual cruzar a fronteira entre portos de entrada no Texas, possibilitando a prisão de pessoas suspeitas de entrada ilegal.

Organizações de direitos dos imigrantes, o Condado de El Paso e o Departamento de Justiça dos EUA entraram com duas ações judiciais separadas buscando impedir a aplicação da nova lei, prevista para entrar em vigor em março. Abbott justifica essas ações estaduais, argumentando que o governo Biden não está fazendo o suficiente para garantir a segurança da fronteira, citando um aumento nas travessias nos últimos anos.

Fonte: Da redação

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