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Publicado em 12/02/2024 as 8:00pm

LÍDER DA QUADRILHA: Brasileiro que enviava munição de fuzil dos EUA para o Brasil é condenado a 43 anos de prisão

As investigações revelaram que entre 2017 e 2019, a quadrilha liderada por Herbert realizou, pelo menos, 41 envios irregulares de munições e acessórios de armas de fogo dos Estados Unidos para o Brasil.


Herbert usava seu endereço na Flórida para receber o contrabando e depois enviar para o Brasil

A Justiça Federal no Rio de Janeiro proferiu uma sentença contundente, condenando a 43 anos de prisão o homem acusado de chefiar uma organização criminosa transnacional. Essa quadrilha tinha como principal atividade o envio ilegal de acessórios e munição para fuzis dos Estados Unidos para as duas maiores facções criminosas no Brasil, tudo disfarçado em encomendas remetidas pelo correio.

Herbert Belo de Oliveira Araújo, conhecido como Pezinho, foi preso em junho de 2021 em sua residência em São Paulo, durante a Operação Pneu de Ferro da Polícia Federal. A condenação recai sobre ele por crimes de tráfico internacional de munição e acessórios de arma de fogo, além de participação em organização criminosa.

As investigações revelaram que entre 2017 e 2019, a quadrilha liderada por Herbert realizou, pelo menos, 41 envios irregulares de munições e acessórios de armas de fogo dos Estados Unidos para o Brasil.

Os policiais identificaram que os materiais apreendidos eram enviados, via postal, das cidades de Kissimme e Orlando (Flórida) e Tucson (Arizona), e tinham como destino facções criminosas do Rio e de São Paulo.

Estes itens eram retirados em agências dos Correios brasileiros pelos integrantes da organização e, em seguida, revendidos para as maiores facções de tráfico de drogas do Rio de Janeiro e São Paulo. Apesar das acusações, Herbert sempre negou seu envolvimento nos crimes.

A Operação Pneu de Ferro teve início em 2019, após apreensões de carregadores de fuzis e acessórios de armas de fogo no Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão). Estes objetos estavam ocultos dentro de um pneu.

Durante seu interrogatório, Herbert admitiu realizar remessas de mercadorias dos Estados Unidos para o Brasil pelo correio, agindo como um "redirecionador". Ele alegou que brasileiros faziam compras em sites americanos, indicavam seu endereço na Flórida para entrega e, então, ele encaminhava as mercadorias para o endereço do comprador no Brasil, cobrando uma taxa por esse serviço. No entanto, negou que as mercadorias postadas por ele fossem acessórios para armas ou munição.

A juíza federal Caroline Figueiredo, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, não considerou a versão de Herbert crível. Em sua sentença, ela destacou que é inverossímil que alguém que se dedique ao trabalho de exportação não tenha conhecimento do conteúdo que está remetendo, especialmente quando há a necessidade de preencher formulários de declaração do conteúdo da remessa. A magistrada ainda salientou que é improvável que Herbert acreditasse estar enviando produtos de baixo valor agregado, como aspiradores de pó ou panelas, sem suspeitar de suas verdadeiras intenções criminosas.

Além de Herbert, outros quatro membros da quadrilha também foram condenados a penas que variam de 12 a 5 anos de prisão.

O delegado da Polícia Federal Fábio Galvão, responsável pela investigação, ressaltou a importância da Operação Pneu de Ferro, destacando a interrupção do vínculo de Herbert com a facção criminosa paulista, a descapitalização da quadrilha e o histórico caso de cooperação policial internacional entre Brasil e Estados Unidos.

Vale ressaltar que em fevereiro do ano passado, Herbert já havia sido condenado pela Justiça paulista a 11 anos de prisão por tentativa de feminicídio contra sua ex-mulher. Este caso, somado à sua condenação recente, evidencia o histórico violento e criminoso desse indivíduo.

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