Mais de 48 mil crianças imigrantes atravessaram sem guardiões a fronteira EUA/México em cinco meses

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Desde o início do ano fiscal em outubro, um espantoso número de 48.610 crianças sem um guardião legal cruzou a fronteira entre os Estados Unidos e o México, de acordo com dados divulgados pela Patrulha de Fronteira. Essa estatística reflete uma tendência crescente de crianças enfrentando viagens perigosas e solitárias na busca por uma nova vida.

Ao mesmo tempo, estatísticas da Proteção de Fronteiras e Alfândegas dos EUA mostram que 1,2 milhão de pessoas cruzaram a fronteira dos EUA ilegalmente nesse mesmo período. Esses números alarmantes lançam luz sobre a magnitude da crise migratória enfrentada na região.

No setor de El Paso da fronteira, 5.800 crianças desacompanhadas foram encontradas perto da fronteira internacional, conforme anunciado pelo chefe da Patrulha de Fronteira de El Paso, Anthony Good, em um tuíte na segunda-feira. Uma foto comovente de um menino chegando à fronteira, com um agente da Patrulha de Fronteira se ajoelhando ao seu lado em meio ao vasto deserto, ilustra a vulnerabilidade dessas crianças em sua jornada solitária.

"Viajar sozinho pode ser uma experiência assustadora e perigosa", afirma uma postagem nas redes sociais. "Os agentes da Patrulha de Fronteira do Setor de El Paso estão sempre preparados para encontrar e ajudar essa população vulnerável."

Desde o início da crise na fronteira em 2021, tem havido vários casos angustiantes de crianças sendo contrabandeadas através da fronteira, muitas vezes com apenas um pedaço de papel para alertar as autoridades dos EUA sobre onde seus parentes podem ser encontrados. No mês passado, cinco crianças entre 5 e 11 anos foram encontradas com endereços em Nova York e no Texas, perto do Rio Grande no Estado do Texas.

A quantidade de crianças que chegaram à fronteira sul está a caminho de ultrapassar o total de 2022, quando 158.865 menores entraram no país em um período de 12 meses, de acordo com estatísticas federais. Isso destaca a urgência de uma resposta coordenada e humanitária para enfrentar essa crise crescente.

Essas crianças desacompanhadas, muitas vezes viajando sem documentos de identidade, não são deportadas para seus países de origem. Em vez disso, elas são colocadas sob os cuidados do governo federal com o Escritório de Reassentamento de Refugiados, até que possam ser reunidas com a família nos EUA ou enviadas de volta para seus países de origem, se não houver família nos EUA.

Essa política dos EUA também criou oportunidades para imigrantes ilegais se passarem por crianças na tentativa de evitar a deportação. Quase 700 impostores juvenis foram desmascarados em El Paso, Texas, em 2022, segundo as autoridades federais. Isso ressalta a importância de processos robustos para verificar a identidade e idade desses indivíduos.

Enquanto isso, o Escritório de Reassentamento de Refugiados coloca as crianças em instalações de vida chamadas Southwest Keys. Com 27 abrigos em toda a fronteira, o programa busca reunificar esses menores com entes queridos ou patrocinadores o mais rápido possível, proporcionando cuidados médicos, educação, serviços religiosos e aconselhamento durante sua estadia.

A crise migratória na fronteira sul dos EUA continua a desafiar as autoridades e a sociedade como um todo. É crucial abordar não apenas os sintomas imediatos, mas também as causas subjacentes dessa crise, garantindo que as necessidades humanas básicas dessas crianças sejam atendidas e que seus direitos sejam protegidos em conformidade com as leis internacionais e os valores humanitários fundamentais.

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