Brasileira testemunha para a PF sobre uso indevido de seu nome em envio de contêiner por empresa de mudança

Em abri de 2023, a brasileira Marina Santos Caldeira viu o seu nome envolvido em um envio de contêiner para o Brasil que foi apreendido pela Receita Federal devido algumas irregularidades. Na época, ela conversou com a redação do Brazilian Times e afirmou que não autorizou a empresa S.O. Express a usar o seu nome.

“Isso me trouxe grandes transtornos”, afirmou ela destacando que utilizou a empresa de mudança para enviar alguns itens e descobriu que todo o contêiner onde havia produtos de outras pessoas foi registrado em nome dela.

De acordo com Marina, no dia 14 de março de 2021 ela contratou os serviços da S.O Express para transportar seis caixas destinados à sua filha, no Brasil. Ela só descobriu que o contêiner estava em seu nome quando começou a receber cartas de cobranças enviadas pelo porto. Após coisas ilícitas terem sido encontradas, ela recebeu a intimação da Polícia Federal, solicitando esclarecimentos das 165 caixas que foram apreendidas e estavam em nome dela.

Um ano depois, ela continua a lutar para ser ressarcida dos bens perdidos e retirar o seu nome, “que foi usado sem sua autorização”, de um processo da Polícia Federal.

No dia 26 de março, ela, que reside em Elizabeth (New Jersey), foi ouvida pelo delegado Dirceu Lopes através de uma videoconferência. Quando ela foi indagada se havia contratado o contêiner, Marina negou e explicou que contratou a empresa S.O. Express para enviar apenas seis caixas do tamanho de uma geladeira cada. “A maioria dos produtos que eu enviei eram coisas pessoais”, disse.

Outra questão levantada pelo delegado foi sobre uma arma de fogo encontrada em uma das caixas do contêiner. Marina disse que só tomou conhecimento deste produto quando foi informada pelas autoridades. “Por isso quero mais do que nunca retirar meu nome deste processo, pois fui suada sem saber e em uma das caixas havia uma arma. A caixa não foi enviada por mim, mas como a SO Express registrou o contêiner em meu nome, estou tendo que responder por isso”, acrescentou.

Ainda em seu depoimento, Marina disse que um advogado que, na época, se apresentou como defensor da empresa SO Express disse não conhecer Sérgio Oliveira, o dono da companhia. “Mas depois eu descobri que eles se conhecem sim. Inclusive ele me veio até mim depois do ocorrido relatando que o senhor Sérgio tinha dito a ele para me procurar para resolver o problema do contêiner parado no Porto de Santos”, disse.

Marina afirmou ao delegado ter áudios da primeira conversa que teve com o advogado e que posteriormente ele ligou para ela com tom mais agressivo. “Na semana passada, um funcionário do Sérgio me ligou porque eles sabiam que eu iria testemunhar para a Polícia Federal. Eu não atendi”, disse.

Além de testemunhar para a Polícia Federal, Marina abriu um processo no Tribunal de New Jersey contra Sérgio e a empresa SO Express. “Inclusive ele tentou retirar o nome do processo, mas o juiz negou”, acrescentou.

Marina disse, ainda, que muitas pessoas foram prejudicadas pela companhia de mudanças, mas algumas têm medo de denunciar, principalmente porque vivem ilegalmente nos Estados Unidos e temem a imigração. “Ele (Sérgio) continua a enviar encomendas para o Brasil e é preciso pará-lo”, afirmou ela ao delegado.

Ao final de seu depoimento, Marina se comprometeu a passar para a Polícia Federal todos os contatos utilizados por Sérgio nos Estados Unidos.

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Fonte: Da redação