Especialistas debatem negligência na saúde mental para imigrantes e minorias nos EUA

No mês de abril, quando os Estadps Unidos celebraram o Mês Nacional da Conscientização da Saúde da Minoridade, os holofotes se voltaram para os desafios enfrentados pelos imigrantes e pessoas de cor ao buscar acesso à saúde. No entanto, uma questão crucial permanece frequentemente em segundo plano: o apoio à saúde mental.

Psicólogos, pesquisadores e instituições governamentais têm destacado cada vez mais a importância da saúde mental para imigrantes, solicitantes de asilo e refugiados. Estudos e estatísticas revelam que esses grupos enfrentam níveis extremos de estresse, constante vulnerabilidade e consequências de saúde ao longo da vida devido à falta de acesso a cuidados psicológicos.

Com um número recorde de 46 milhões de imigrantes nos Estados Unidos, de acordo com estimativas recentes do Departamento do Censo dos EUA, e cerca de 18% dos residentes de Massachusetts nascidos no exterior, é alarmante perceber que o trauma psicológico enfrentado por esses grupos muitas vezes é ignorado.

Discriminação, adaptação cultural, eventos traumáticos e a constante incerteza legal são apenas algumas das dificuldades enfrentadas por imigrantes indocumentados, como revelado por uma revisão de 2021 sobre a saúde mental desses indivíduos.

Judy Chu, Presidente do Caucus Asiático-Americano e das Ilhas do Pacífico do Congresso, ressalta a crise crescente de saúde mental entre os jovens asiáticos e destaca a importância de considerar as barreiras culturais, linguísticas e sociais enfrentadas por comunidades de cor ao acessar tratamento mental.

Estudos recentes mostram que imigrantes e minorias étnicas têm maior risco de pensamentos e comportamentos suicidas, apontando para barreiras linguísticas, preocupações familiares e a falta de informações sobre o sistema de saúde como fatores desencadeantes.

A psicóloga Jeannine Cico Barker destaca a importância de oferecer serviços psicológicos voluntários em fronteiras e centros de detenção para ajudar essas populações vulneráveis. No entanto, apenas 3,28% dos psicólogos se identificam como asiáticos, criando uma lacuna na representação cultural e na compreensão das necessidades específicas dessas comunidades.

Embora existam recursos de saúde mental disponíveis localmente, como o Centro de Saúde e Direitos Humanos para Refugiados de Boston e o Centro de Saúde para Imigrantes do MGH, um estudo da Universidade da Califórnia, Los Angeles, destaca a falta de conscientização sobre esses serviços entre comunidades asiáticas.

Em última análise, a negligência na saúde mental de imigrantes e minorias é uma questão que exige uma resposta urgente e abrangente. Apenas reconhecendo e abordando essas lacunas podemos garantir que todos os indivíduos, independentemente de sua origem ou status legal, tenham acesso igualitário a cuidados de saúde mental adequados.

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Fonte: Da redação